24 de novembro de 2021

Amo gentes, não chãos (II)

 eu, de há muito, sou um pária

não tenho mãe, pai ou pátria
todos morreram
a última de desamor
minha pátria é o mundo
que carrego
em minha sacola de vagabundo
amo gentes
não chãos
amo os errantes
que me dizem o rumo certo
amo os poetas
que cantam minhas cores e dores
amo a solidão
onde guardo meus desamores
amo as mulheres
que são sensíveis e belas
não tenha pátria amada
para matar em seu nome vão
amo gentes
não chãos...
Zatonio Lahud


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