12 de fevereiro de 2022

Botafogo começa revolução capitalista no futebol brasileiro

 Ontem (11), vi muito torcedor revoltado com a dispensa do técnico Enderson Moreira pelo Botafogo. Enderson fez um brilhante trabalho dando o título da Segundona a um desacretido Botafogo e nos trazendo de volta à elite do futebol brasileiro. Palmas para o Enderson e nossa eterna gratidão. Mas nosso ex-treinador não cabe na revolução que vai ser feita no futebol brasileiro pela nova era que começa a despontar em General Severiano. Sim, é isso mesmo que leram: o Botafogo está dando início a uma revolução capitalista no futebol brasileiro. Algo parecido com o que a criação da Premier League fez no futebol inglês, que é hoje o mais rico e competitivo do mundo.

Quando a Premier League foi criada (1992), o futebol inglês estava no fundo do poço. Seus clubes estavam até impedidos de disputarem torneios europeus por conta da violência de seus torcedores- os hooligans. Governo, Federação e clubes se uniram  e fizeram uma verdadeira revolução na administração do futebol de lá. Revolução que já há algum tempo começa a se espalhar pelo mundo e chega ao Brasil através do Botafogo.

O que, em um regime capitalista, faz um clube dar lucro? Títulos! Títulos! Títulos!

Por que títulos, perguntarão alguns? Porque títulos geram mais visibilidade ao clube, que passa a ter patrocínios mais fortes, o número de sócios-torcedores aumenta, a torcida do clube cresce- mais consumidores-, e aumenta o valor dos atletas, o que gera ainda mais receitas para a instituição. Resumindo: cria-se um círculo virtuoso.

Os maiores exemplos do que digo são Chelsea e Manchester, dois tradicionais clubes ingleses, mas que nunca estiveram no pelotão de frente no futebol da terra da Rainha Elizabeth, a imortal.

Quando foi comprado pelo bilionário russo Roman Abramovich, em 2003, o Chelsea havia conquistado apenas 2 títulos ingleses em sua longa história. Hoje, em 2022, são 6 títulos ingleses, 2 Champions League e outros títulos da Copa da Inglaterra e da Copa da Liga Inglesa.

Com o Manchester City não foi diferente, comprado em 2008 pelo Abu Dhabi United Group, passou a conquistar títulos em sequência avassaladora. Antes, era o "primo pobre" de Manchester e, como o Chelsea, só tinha levantado 2 títulos ingleses desde 1880, quando foi fundado.

Administração profissional vai levar o Botafogo, que tem muito mais tradição e história que Chelsea e Manchester City, de volta ao topo de nosso futebol. Sim, injustiças serão cometidas no processo de profissionalização do clube, mas são inevitáveis em gestões inovadoras.

Se a revolução que se inicia vai ser boa ou ruim para o Botafogo e o futebol brasileiro como um todo, só o tempo dirá. Mas é um processo irreversível, para o bem e para o mal.

Torcedor  quer títulos, se o Glorioso voltar a conquistá-los, John Textor vai virar herói nacional da amada pátria Alvinegra e terá sua imagem estampada no muro de nossos heróis.

Botafogo começa revolução capitalista no futebol brasileiro


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