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23 de junho de 2021

A MORTE DA LÍNGUA- Christophe Clavé

 A MORTE DA LÍNGUA

Christophe Clavé


“O QI médio da população mundial, que sempre aumentou desde o pós-guerra até ao final dos anos 90, diminuiu nos últimos vinte anos. É a inversão do efeito Flynn.
Parece que o nível de inteligência, medido pelos testes, diminui nos países mais desenvolvidos. Pode haver muitas causas para este fenómeno. Um deles pode ser o empobrecimento da linguagem.
Na verdade, vários estudos mostram a diminuição do conhecimento lexical e o empobrecimento da linguagem: não é apenas a redução do vocabulário utilizado, mas também as subtilezas linguísticas que permitem elaborar e formular pensamentos complexos.
O desaparecimento gradual dos tempos (subjuntivo, imperfeito, formas compostas do futuro, particípio passado) dá origem a um pensamento quase sempre no presente, limitado ao momento: incapaz de projeções no tempo.
A simplificação dos tutoriais, o desaparecimento das letras maiúsculas e da pontuação são exemplos de "golpes mortais" na precisão e variedade de expressão.
Apenas um exemplo: eliminar a palavra "signorina/senhorita/mademoiselle" (agora obsoleta) não significa apenas abrir mão da estética de uma palavra, mas também promover involuntariamente a ideia de que entre uma menina e uma mulher não existem fases intermediárias.
Menos palavras e menos verbos conjugados significam menos capacidade de expressar emoções e menos capacidade de processar um pensamento. Estudos têm mostrado que parte da violência nas esferas pública e privada decorre diretamente da incapacidade de descrever as emoções em palavras.
Sem palavras para construir um argumento, o pensamento complexo torna-se impossível.
Quanto mais pobre a linguagem, mais o pensamento desaparece.
A história está cheia de exemplos e muitos livros (George Orwell - "1984"; Ray Bradbury - "Fahrenheit 451") contam como todos os regimes totalitários sempre atrapalharam o pensamento, reduzindo o número e o significado das palavras.
Se não houver pensamentos, não há pensamentos críticos. E não há pensamento sem palavras. Como construir um pensamento hipotético-dedutivo sem o condicional? Como pensar o futuro sem uma conjugação com o futuro? Como é possível captar uma temporalidade, uma sucessão de elementos no tempo, passado ou futuro, e a sua duração relativa, sem uma linguagem que distinga entre o que poderia ter sido, o que foi, o que é, o que poderia ser, e o que será depois do que pode ter acontecido, realmente aconteceu?
Caros pais e professores: Façamos com que os nossos filhos, os nossos alunos falem, leiam e escrevam. Ensinemos e pratiquemos o idioma nas suas mais diversas formas. Mesmo que pareça complicado. Principalmente se for complicado. Porque nesse esforço existe liberdade.
Aqueles que afirmam a necessidade de simplificar a grafia, descartar a linguagem dos seus "defeitos", abolir géneros, tempos, nuances, tudo que cria complexidade, são os verdadeiros arquitetos do empobrecimento da mente humana. Não há liberdade sem necessidade. Não há beleza sem o pensamento da beleza."

16 de dezembro de 2013

"Uma cidade cujas praças e cujas estradas são controladas por videocâmaras não é mais um lugar público: é uma prisão"

"Uma cidade cujas praças e cujas estradas são controladas por videocâmaras não é mais um lugar público: é uma prisão"

Uma cidade cujas praças e cujas estradas são controladas por videocâmaras não é mais um lugar público: é uma prisão. ( Giorgio Agamben, fiósofo italiano )

Quanto mais avançamos,mais nos aproximamos 1984, o premonitório livro de George Orwell. O Grande Irmão, está em nossa casa, em nosso computador, em nosso celular em nosso cartão de crédito... Está em qualquer lugar, controla mentes, planta sementes do totalitarismo, que não é mais só uma política de algum Estado autoritário, não. O "ovo da serpente" chocou e produziu novas serpentes, cada vez mais venenosas. Veneno que nos é inoculado todos os dias: via televisão, redes sociais... Somos, dia-pós-dia, extensões manipuláveis dos produtores de tecnologia. "Googledependentes"; "faceadictos"...
A liberdade, ora... Digite.

Aqui uma entrevista muito interessante com Giorgio Agamben Blog da Boi Tempo- “Deus não morreu. Ele tornou-se Dinheiro”

25 de abril de 2012

Leonardo Boff quer criar a mente sustentável

Gestão da mente sustentável: Para que exista  um desenvolvimento sustentável importa previamente construir  novo design mental, chamado por seu formulador, o Prof. Evandro Vieira Ouriques, da Escola de Comunicação do Universidade Federal do Rio de Janeiro, de gestão da mente sustentável. Tenta resgatar o valor da razão sensível pela qual o ser humano se  sente parte da natureza, se impõe um autocontrole para superar a compulsão ao produtivismo e ao consumismo. Visa a um desenvolvimento integral e não só econômico, o que envolve dimensões do humano. É um avanço inegável. Melhor seria se entendesse Terra-Humanidade-Desenvolvimento como um único e grande sistema interconectado, fundando um novo paradigma. 
Este troço aí em cima é uma parágrafo de um artigo de Leonardo Boff, o padre Marcelo Rossi das esquerdas, que agora, segundo sua própria definição é ecoteólogo ( aqui ), seja lá o que isso for.
Eu, como sou burrinho, gostaria de saber quem vai ser o artista que vai criar o novo design de nossa mente, aliás, deveriam sugerir logo que o governo criasse o Ministério da Mente Sustentável.
Nem George Orwell, em 1984, imaginou tamanha estultice, e olha que ditaduras imaginam cada uma...Saco!


O artigo completo está aqui Jornal do Brasil