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8 de setembro de 2013

Parcelamento de honorários de putas

Os fatos que vou narrar são verídicos, o personagem existe, apenas trocarei seu nome para preservá-lo pois é um querido amigo. Ressalva feita, vamos aos fatos:

Baixinho,cerca de 1,65 m, gordinho de bochechas fartas, Dr O.Cavalcanti Neto, que doravante chamaremos de Neto, é uma daquelas pessoas que são engraçadas por natureza. Só de olhar para a "peça" já sentimos vontade de rir. E, no caso, as aparências não enganam. É uma figuraça o nosso causídico. Sim, é advogado, dos bons!

Neto é daquelas pessoas que nasceram para fazer exatamente o que faz. Nasceu para ser advogado e, creio eu, não conseguiria fazer outra coisa na vida. Estudioso das leis, perfeccionista, organizado, verborrágico; enfim, possui todas as virtudes requeridas a um bom profissional. Ora, díreis, uma pessoa assim não é um bom personagem, faz tudo certinho.

Aqui as aparências enganam, e como, sua vida pessoal é o oposto: um caos, uma confusão de dar gosto e histórias hilárias, vocês não perdem por esperar.

Estou eu no Bar do Serafim bebendo um café quando adentra no estabelecimento o Neto, agitadíssimo, bochechas quase que em brasas de tão vermelhas e, sem cumprimentar ninguém, vai logo disparando:

- Você vai ver- dirigindo-se à mim- vou mudar minha vida, assim não dá, estou devendo a Deus e todo mundo, trabalho feito um condenado ( verdade ) e não tenho nada. Vou fazer que nem você- diz em altos brados.

- Calma- digo eu- vamos conversar lá no escritório, aqui não dá. Puxei-o pelo braço e fomos para meu escritório.

Sentamos e me preparei para ouvir às lamúrias do nosso causídico. Diga lá, sou todo ouvidos, mas fala baixo que não sou surdo-disse e preparei-me...

- Sabe o que me aconteceu ontem?- disse ele

- Não...- respondi

- Passei a maior vergonha, fiquei bebendo ali no Serafa até tarde, dali fui ver as meninas, bebi mais lá na boate, peguei duas e fui ao motel com elas.Resumindo: gastei o dinheiro todo e fiquei sem grana para pagá-las. Deu uma merda...

- Imagino, já te falei, com esse pessoal pode tudo, menos deixar de pagar.Bem mas diga, e aí?- retruquei
- Voltamos na boate, um dos seguranças me conhece, falei com ele e consegui fazer um acordo extra-judicial com elas.
- Como é?!- perguntei, espantado.
- Ué, tô sem dinheiro, ninguém me paga,fiz o seguinte: vou pagar R$ 400,00 em quatro prestações semanais de R$ 100,00. Toda terça-feira até à meia-noite lá na boate. Não tá bom?
- Parcelamento de puta!? Nunca vi isso na vida! Exclamei, antes de ter um acesso de risos...
- Tá rindo de quê?! Não ri não que a primeira quem vai pagar é você! E não adianta reclamar está me devendo uma grana em honorários. Aliás, o único que me pagava direito era você, agora, depois que parou de beber tá miserável e fica rindo de mim. Você já fez muito pior. Pensa que não sei que ficou dois dias na suíte presidencial do Vip's com duas e sem dinheiro... Seu pai me contou antes de morrer.
- Mas eu tinha 23 anos- retruquei- lágrimas escorrendo de tanto rir- e paguei à vista- completei

- Seu pai pagou, né?- retruca ele

- Sim- disse eu- mas estou com 45 parei de beber há sete anos e você está com 39 e continua fazendo lambança, tá na hora de parar- falei, agora sério

- Eu sei...eu sei,vou parar e reorganizar minha vida, primeiro vou abandonar alguns clientes, não posso misturar amizade com profissão. O Martiniano, indicação sua, tinha de me pagar semana passada, foi lá no escritório na sexta, contou uma história triste, não pagou e ainda por cima, para me agradar, me deu oito coelhos da criação dele. Abro a geladeira lá de casa e está aquele monte de coelhos me "olhando". Nem comer consigo, lembro deles vivos e fico com pena! Vou dar tudo para os porteiros. Culpa sua, o cara é seu amigo e eu é que me fodo!

- Coitado, está ruim de grana, quando tiver paga- digo eu, segurando o riso

- E o Serafim, é outro, resolvi um negócio do bar, cobrei R$ 600,00, diz que tá duro; estou recebendo em cerveja, conhaque e pastel. E ainda tem o Beto, amigo de meu pai, vendedor de água de coco, além de não pagar ,me dá esporro quando vou lá beber água para curar ressaca. O desgraçado anota no caderno e vai abater nos honorários, salvei ele da cadeia e recebo em água de coco e esporro. Sem falar no Beto Choque..

- Quem?- indago, já começando a rir novamente.

- Um eletricista amigo meu, estou fazendo o divórcio do corno e está me pagando em gato- diz ele.

Em gato, como assim?- pergunto.

- De graça não trabalho, ele é meu amigo, não tem dinheiro, vai todo mês lá em casa e faz um gato na luz. E não adianta zangar comigo, preciso viver...

- Honorários em gato de luz, parcelamento de puta, se eu contar isso vão, com certeza, me chamar de mentiroso- digo eu, já explodindo em risos novamente.

- Quer saber, vou embora, você em vez de me ajudar não para de rir, parece até que sou palhaço!- diz Neto, levantando-se para ir embora.

- Espera...- digo- tenho um cliente novo para você- senta aí.

Quem é?- indaga, sentando-se novamente.

- É o cara da loja de ração ali ao lado do Serafim, gente boa, mas acho que você não vai querer...

- Por quê?

-É que ele está duro também e só pode pagar em ração de cachorro- explico eu, sério.

- Mas nem cachorro eu tenho, o que vou fazer com a ração?- diz Neto, já a ponto de explodir novamente.

- Falei com ele que você não tinha cachorro, ele disse que não tem problema, ganhou um filhote de dog alemão, aquele grandão, disse que dá para você. Disse, inclusive, que como o bicho come muito te paga mais rápido- expliquei e me recostei na cadeira esperando a explosão.

- Quer saber!?- disse Neto, já de pé, pasta na mão, irado- vai você, ele, o dog alemão, com ração e tudo, para a puta-que-os-pariu! Vou no Serafim encher a cara e esquecer vocês... E partiu, indignado rumo ao boteco.

Parcelamento de honorários de putas
                                                                     
                                                           

1 de dezembro de 2010

Quem não tem Caetano vai de Gil

Como não vimos nenhuma entrevista do Caetano Velloso dissecando a histórica vitória de nossas forças de segurança sobre o poderoso exército que durante trinta anos controlou o Morro do Alemão no Rio, a JTWN- Jilozinho And Totó World News, a agência de notícias aqui do blog, conseguiu uma entrevista com Gilberto Gil. Jilozinho e Totó se deslocaram até Salvador onde conseguiram o depoimento do grande compositor e cantor baiano. Ei-la:

- Gil, não vamos fazer perguntas, queremos apenas uma análise sua sobre a siuação no Rio de Janeiro- diz Totó.

- É tudo muito simples- diz Gil-, se olharmos atentamente a hermenêutica hegeliana das forças confrontantes teremos uma diáfana  cristalização da dialética do processo histórico baseado na africanidade subjacente e intrínseca ao existencialismo sartreano que perspassa todo o processo simultaneamente simultâneo à complexidade descomplexa das forças confrontantes. Se aliarmos isso ao niilismo nistchiano, que vai desembocar na foz do pensamento de Martin Heidegger teremos uma visão profundamente visual do fenômeno que ora ocorre. Precisamos ter clareza ao analisar a decomposição fenomenológica sob pena de nos perdemos em estéreis e improdutivas tertúlias divagantes que nos afastam do cerne dialético, marxissisticamente falando, da confrontação que ora se confronta em terras riodejaneirorianas. Se aliarmos isso à profunda religiosidade de matizes autóctones e afroeuropéia de nossa gente teremos uma dessacralização da violência e poderemos construir uma unificadora e desconstrutivista união de nosso povo. É só sermos límpidos e claros em nossas análises que a paz prevalecerá. Agora me dão licença mas tenho de me encontrar com o Caetano que está preparando um manifesto à nação contra sua não inclusão entre os teóricos que dissecaram com proficuídade a vitória épica de nosso povo sobre os sempre insubordinados alemães. Ô raça!


Ao saírem, Totó se vira pro Jilozinho e diz:

- Viu sua besta, por isso ele é famoso: fala com simplicidade e clareza!

- Totó, aquela tal de hermenêutica que ele falou é cachaça ou vodka? Depois dessa preciso de uma terapêutica e dupla dose de cana!


                                                             

29 de novembro de 2010

Vencemos a República Democrática do Morro do Alemão

Ando aqui matutando,e quando começo a matutar podem esperar, alguma besteira sairá. Depois de ver o governador aqui do Rio, comemorar  a conquista do Morro do Alemão como se tivesse vencido a Terceira Guerra Mundial, só me resta matutar. Alemão, terceira guerra, é!, tá certo o governador. Eu só não sabia é que haviam tantos alemães negros e pobres. Coisas da modernidade. Teve até hasteamento da bandeira nacional no território conquistado aos afroalemães, uma cena entre o patético e o ridículo. Melhor ficar quieto, afinal vencemos uma batalha de trinta anos contra o poderoso exército do Morro do Alemão, herdeiros diretos do militarismo germânico e da rigorosa disciplina prussiana, tão cultuada pelos alemães, tanto os de além mar, quanto seus genéricos da ex-República Democrática do Morro do Alemão, agora incorporada ao Estado do Rio de Janeiro.
Marx disse que a " História ocorre a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa"; nós desmoralizamos o pobre do Marx: primeiro tivemos a Batalha de Itararé, uma farsa, já que a batalha não ocorreu, e agora a Batalha do Morro do Alemão, a farsa da farsa, dialeticamente falando.
Mas me impressionou profundamente a disciplina militar e a organização do poderoso exército do Morro do Alemão, todos fardados, e batendo em retirada com altivez e organização  de dar inveja aos alemães originais. A tática de fuga foi baseada na lei de Murici: cada um cuida de si!
Guerra é conosco mesmo, lembram da Guerra do Paraguai? Nós, o maior país da América do Sul, nos aliamos à Argentina, o segundo maior país do continente, para vencer uma guerra contra o poderoso Paraguai, e ainda éramos apoiados pela Inglaterra, maior potência da época. Levamos cinco- CINCO!- anos para vencer...e nos orgulhamos disso.
Chega, já matutei demais, agora vou decorar o hino do Estado do Rio, ano que vem vai ser feriado estadual e vai ter desfile comemorativo do primeiro aniversário de nosso vitória contra o poderoso exército do Morro do Alemão. Ai...ai...somos patéticos!

                                                                                

25 de novembro de 2010

Corrupção e omissão geram violência

O que está ocorrendo no Rio é simplesmente o resultado de anos e anos de corrupção, falta de políticas sociais, de ausência do Estado nos bairros mais pobres, descaso administrativo, políticos canalhas e inconsequentes, etc...etc... e não adianta, passa-se a crise, mata-se alguns bandidos, os políticos vão para a televisão prometer o paraíso e depois volta-se tudo ao normal: corrupção, conluio entre parte da polícia, políticos e parcela do judiciário com o crime organizado, que é organizado em salões mais nobres que barracos de favela. É preciso ir fundo, rasgar as entranhas da corrupção no Estado, se quisermos, algum dia, vivermos em uma sociedade realmente mais democrática e justa. Não existe crime organizado sem conivência e omissão do Estado, o resto é conversa fiada e demagogia barata. Que se combata os bandidos armados, mas que se chegue aos que os financiam e protegem, caso contrário, continuaremos a viver nossa Guerra Civil, que só não é ideológica.

Vergonha e omissão