A cada dia me convenço que ser burro é ser feliz. Não pensar, não questionar, não duvidar, crer...Virtudes, grandes virtudes! Vive-se e pronto. Seguir a manada, eis a grande sabedoria dos burros. Às vezes empacam. Nada que umas boas cacetadas não resolvam...
Vejo uma foto de Hitler e fico pensando como o povo alemão se deixou levar por uma figura tão escabrosa. Não, não é sobre ideologia, economia, filosofia, sociologia ou história, nada disso, é sobre a grotesca figura humana que ele representa,, ter conseguido hipnotizar um povo educado e culto como o alemão é o que me deixa estarrecido. Os trejeitos histéricos, o bigodinho ridículo, a imagem disforme e caricata do homem Hitler, genialmente retratadas por Charlie Chaplin em O Grande de Ditador, quase destruíram o mundo. Só a burrice pode explicar tamanha cegueira de um povo.
Sei não, mas desconfio que temos de estudar melhor a burrice humana. Uma História da Burrice. Uma Sociologia da Asnice- ou, quem sabe?, um novo ramo da filosofia: Epistemologia da Burrice- ou ainda, para os marxistas, Uma Dialética da Burrice. O campo é amplo e a burrice humana infinita. Mas que deve ser muito bom ser burro, lá isso deve.
Meus amigos, fiquem avisados, se partirem desta para outra melhor( olha a burrice aí de novo, ficar dentro de um buraco, todo tapado, sem respirar; ou, tendo como opção, ser queimado, é passar para a melhor...) antes de mim e encontrarem o pessoal do Departamento de Reencarnação, reservem logo minha passagem de volta: quero reencarnar como burro! Atavicamente burro! Um asno primordial!
(Publicado em 28/10/2014)