Mostrando postagens com marcador saudade. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador saudade. Mostrar todas as postagens

6 de junho de 2021

dos arrependimentos meus

dos arrependimentos meus

os mais doloridos

são sobre

as generosidades que não cometi

os abraços que soneguei

as risadas que engoli em seco

os beijos que errei

as saudades que me faltam

os bons amigos que não fiz



27 de janeiro de 2021

Quando eu morrer- Maria do Rosário Pedreira

 Quando eu morrer

Maria do Rosário Pedreira
Quando eu morrer, não digas a ninguém que foi por ti.
Cobre o meu corpo frio com um desses lençóis
que alagámos de beijos quando eram outras horas
nos relógios do mundo e não havia ainda quem soubesse
de nós; e leva-o depois para junto do mar, onde possa
ser apenas mais um poema - como esses que eu escrevia
assim que a madrugada se encostava aos vidros e eu
tinha medo de me deitar só com a tua sombra. Deixa
que nos meus braços pousem então as aves (que, como eu,
trazem entre as penas a saudades de um verão carregado
de paixões). E planta à minha volta uma fiada de rosas
brancas que chamem pelas abelhas, e um cordão de árvores
que perfurem a noite - porque a morte deve ser clara
como o sal na bainha das ondas, e a cegueira sempre
me assustou (e eu já ceguei de amor, mas não contes
a ninguém que foi por ti). Quando eu morrer, deixa-me
a ver o mar do alto de um rochedo e não chores, nem
toques com os teus lábios a minha boca fria. E promete-me
que rasgas os meus versos em pedaços tão pequenos
como pequenos foram sempre os meus ódios; e que depois
os lanças na solidão de um arquipélago e partes sem olhar
para trás nenhuma vez: se alguém os vir de longe brilhando
na poeira, cuidará que são flores que o vento despiu, estrelas
que se escaparam das trevas, pingos de luz, lágrimas de sol,
ou penas de um anjo que perdeu as asas por amor.
Maria do Rosário Pedreira (1959) é editora e escritora. Desempenha actualmente funções no grupo Leya, depois de ter passado pela editora QuidNovi, pela Temas & Debates e pela Gradiva.

7 de dezembro de 2020

17 de outubro de 2020

Tudo muda

 Tudo muda...

A mulher muda
Muda...
O pássaro na muda
Muda...
O homem que
Muda de roupa
Muda...
Só não muda
A saudade
Que sinto de ti
Que fica
À paixão
Muda...
💔

5 de outubro de 2020

Entre vida e morte

 Há vida!

Ainda...

Há morte!

Pra sempre...

Há saudades!

Muitas...

Entre vida e morte,

Somos acúmulos de saudosas perdas...

😢💔😓

18 de fevereiro de 2020

Somos apenas acúmulo de saudades

No fim
Somos apenas
Acúmulo de saudades

Dos amores perdidos
Dos amigos que se foram
Dos sonhos não realizados
Da vida
Que vai chegando ao fim
Enfim...


No fim  Somos apenas  Acúmulo de saudades    Dos amores perdidos  Dos amigos que se foram  Dos sonhos não realizados  Da vida  Enfim  Que vai chegando ao fim...

18 de dezembro de 2019

Roberto: um general de 22 estrelas, 2 luas e um satélite russo


Roberto era mecânico de automóvel, baiano, alto, magro, voz grave, sorriso farto e boêmio dos bons!
Depois que bebia umas Roberto se transformava num general com a modesta patente de 22 estrelas, 2 luas e um satélite...russo!!! Como gostava de frisar em alto e bom som. Doce figura, o General, como passou a ser chamado por todos.
Fez logo amizade comigo, meu irmão e chamava meus pais de "Papai Tonicão" e "Mamãe Carmem". Á época, lá pelo final dos anos 70 do século passado, Niterói era uma cidade tranquila, onde quase todos se conheciam.
Um dia nosso General abre uma conta bancária no antigo Banerj. O gerente, conhecido nosso, cai na besteira de dar um talão de cheques ao General. Foi uma festa nos botequins do Ingá, São Domingos e adjacências! Com sua gloriosa patente, General Roberto saiu distribuindo cheques em todos os botecos da área. Quando os cheques acabaram, volta nosso General todo imponente à agência para pegar outro talão. O gerente- de molecagem- ameaça mandar prendê-lo pois havia distribuído um monte de cheques voadores na praça. Nosso General não sabia que tinha que ter dinheiro no banco para passar os cheques, achava que podia pagar depois.
Foi um confusão daquelas! General protestou veementemente: -"Quem vai ter a ousadia de prender um General de 22 estrelas, 2 luas e um satélite...russo!!!- disparou em alto e bom som dentro da agência bancária. "Eu não sabia que tinha de ter dinheiro pra dar os cheques, quero telefonar pro meu papai Tonicão (meu pai) que ele manda pagar logo essa mixaria!"- terminou seu protesto nosso militar de altíssima patente.
O gerente, sabedor que meu pai adorava "seu filho militar", liga e meu pai o tranquiliza dizendo que cobriria o pequeno rombo do General, mas o proibindo de lhe dar outro talão.
General, altivo como sempre, vira-se para o gerente e diz: "Viu, bobão, quem tem pai rico não morre pagão!" E retirou-se, orgulhoso e com sua patente imaculada.
Um dia o General muda-se para Manaus. Passados uns dois anos seu irmão de sangue nos telefonou avisando de seu falecimento.
Saudades de meu querido irmão, o General com a maior patente da História da humanidade: 22 estrelas, 2 luas e um satélite...russo!!!

(Niterói, inverno de 2011)


General Roberto era mecânico de automóvel, baiano, alto, magro voz grave, sorriso farto e boêmio  dos bons!    Depois que bebia umas se transformava num general com a modesta patente de 22 estrelas, 2 luas e um satélite...russo!!! Como gostava de frisar em alto e bom som. Doce figura, o General, como passou a ser chamado por todos.  Fez logo amizade comigo e meu irmão e passou a chamar meus pais de papai e mamãe. Á época, lá pelo final dos anos 70 do século passado, Niterói era uma cidade tranquila, onde quase todos se conheciam.    Um dia nosso General abre uma conta bancária no antigo Banerj. O gerente, conhecido nosso, cai na besteira de dar um talão de cheques ao General. Foi uma festa nos botequins do Ingá, São Domingos e adjacências! Com sua gloriosa patente, o General Roberto saiu distribuindo cheques em todos os botecos da área. Quando os cheques acabaram, volta nosso todo General todo imponente à agência para pegar talão. O gerente- de molecagem- ameaça mandar prendê-lo pois havia distribuído um monte de cheques voadores na praça. Nosso General não sabia que tinha que ter dinheiro no banco para passar os cheques, achava que podia pagar depois.    Foi um confusão daquelas! General protestou veementemente: -"Qurm vai ter a ousadia de prender um General de 22 estrelas, 2 luas e um satélite...russo!!!- disparou em alto e bom som dentro da agência bancária. "Eu não sabia que tinha de ter dinheiro pra dar os cheques, quero telefonar para meu papai Tonicão (meu pai) que ele manda pagar logo essa mixaria!- terminou seu protesto nosso militar de alta patente.  O gerente, sabedor que meu pai adorava "seu filho militar", liga e meu pai o tranquiliza dizendo que cobriria o pequeno rombo do General, mas o proibindo de lhe dar outro talão.  General, altivo como sempre, vira-se para o gerente e diz: "Viu, bobão, quem tem pai rico não morre pagão!" E retirou-se, orgulhoso e com sua patente imaculada.     Um dia o General muda-se para Manaus. Passados uns dois anos seu irmão de sangue nos telefonou avisando de seu falecimento.    Saudades de meu querido irmão...o General...de 22 estrelas, 2 luas e um satélite...russo!!!
                                                                      

3 de setembro de 2019

Tua sempre presente ausência

Sinto teu cheiro
Teu corpo nu
Se esfregando
No meu

Sinto teu calor
Tua boca
Invadindo a minha

Sinto...
Sinto saudade
Sinto tua falta
Sinto muito...
Tua sempre presente 
Ausência...

Sinto teu cheiro  Teu corpo nu  Se esfregando  No meu    Sinto teu calor  Sua boca  Invadindo a minha    Sinto...  Sinto saudade  Sinto tua falta  Sinto muito...  Tua sempre presente   Ausência..

29 de agosto de 2018

Eu não sabia que solidão de filho doía tanto

Fui duas vezes ao quarto falar com ele.
Vazio...
Uma sensação de vazio...
Terei, bem sei, de me acostumar com a ausência de meu filho.
Eu sei...
Mas dói, a falta.
Sim, nos falamos todo dia ao telefone ou no Facebook.
E daí?
Ele não está aqui resmungando por causa de meu cigarro.
Emburrado com uma derrota de seu Fluminense- traição que só pai perdoa.
Toy, seu irmão que late, todo dia vai ao quarto do Léo sentir sua ausência.
E me olha, como se perguntasse: "Cadê meu irmãozinho?"
Eu não sabia que solidão de filho doía tanto... tanto... tanto...

PS: Publiquei este texto em 12/'11/2012, quando meu filho foi morar em Brasília. Em 2015 fui pra lá e voltamos a morar juntos. Hoje (29/08/2018), ele está indo para Berna, Suíça, onde vai ficar um ano fazendo mestrado. O Toy, o irmão que latia, morreu em 2103. Ah, e parei de fumar também em 2013.
Dizem que a gente cria os filhos para o mundo. Eu não, criei para mim, o mundo que o levou... Seja feliz em sua nova jornada, meu filho querido.

Eu não sabia que solidão de filho doía tanto
                                                                       

27 de agosto de 2018

A chuva

A chuva
Chora 
Lentamente
Lá fora

Cá dentro
Eu choro
Tristemente
Saudade 
De ti... 

Blog do Barão- A chuva

22 de maio de 2018

Nem saudade

E ao cabo,
bem ao norte,
nos espreita
a morte.
Com sorte,
será rápida 
e indolor.

E virá 
um beija-flor,
trazendo uma
delicada flor,
para celebrar
nossa eternidade.

Nossa morte 
é tão completa,
que nada nos resta,
nem saudade...

Nem saudade

6 de março de 2018

Saudade maior

Nada é para sempre...
Só a saudade que sinto de ti,
é eterna.

Saudade maior
que o infinito Universo,
embora caiba nestes
nostálgicos versos. 

Saudade maior- Zatonio Lahud