19 de fevereiro de 2020

Ministério da EduKaSSão vai lançar a Bolsa Coice

A Bolsa Coice é um novo programa social do governo que será lançado no mês de abriU. Os candidatos que produzirem as frases mais agreÇÇivas e preKonÇeituoZas contra mulheres, viados- aqui não tem viadagem de chamar viado de gay, é viado e tá acabado!-, negros, minorias em geral e quem ousar criticar o governo serão aprovados .
Em caso de empate entre os candidatos, será escolhido o que tiver cometido mais erros groÇÇeiros de português, que não é mais "a última flor do Lácio, inculta e bela", como diz o verso de Olavo Bilac em seu aviadado poema "Língua Portuguesa". Aliás, poesia é coisa de viado comunista e será banida de nossas escolas.
Abraham Weintraub
Ministro da Edukassão
A Bolsa Coice é um novo programa social do governo que será lançado no mês de abriU. Os candidatos que produzirem as frases mais agreÇiivas e preKonÇeituosas contra mulheres, viados- aqui não tem viadagem de chamar viado de gay, é viado e tá acabado!-, negros, minorias em geral e quem ousar criticar o governo serão aprovados .  Em caso de empate entre os candidatos, será escolhido o que tiver cometido mais erros groÇÇeiros de português, que não é mais "a última flor do Lácio, inculta e bela", como diz o verso de Olavo Bilac em seu aviadado poema "Língua Portuguesa". Aliás, poesia é coisa de viado comunista e será banida de nossas escolas.  Abraham Weintraub Ministro da Edukassão

18 de fevereiro de 2020

Somos apenas acúmulo de saudades

No fim
Somos apenas
Acúmulo de saudades

Dos amores perdidos
Dos amigos que se foram
Dos sonhos não realizados
Da vida
Que vai chegando ao fim
Enfim...


No fim  Somos apenas  Acúmulo de saudades    Dos amores perdidos  Dos amigos que se foram  Dos sonhos não realizados  Da vida  Enfim  Que vai chegando ao fim...

"Cada qual com sua quimera", um conto premonitório de Charles Baudelaire

"Cada qual com sua quimera” 
“Sob um grande céu cinzento, em uma grande planície sem sendas, sem relva, sem um cardo, sem uma urtiga, encontrei vários homens que caminhavam encurvados.
“Cada um deles carregava nas costas uma enorme Quimera, tão pesada quanto um saco de farinha ou carvão, ou a mochila de soldados da infantaria romana.
“Mas o monstruoso animal não era um peso morto; ao contrário, ele cingia e oprimia o homem com seus músculos elásticos e poderosos. Ele atrelava-se ao peito de sua montaria com suas duas grandes garras, e sua cabeça fabulosa elevava-se acima da fronte do homem, como um desses horrendos capacetes com os quais os antigos guerreiros pretendiam ampliar o terror do inimigo.
“Interroguei um desses homens, perguntando-lhe para onde ia daquele modo. Ele disse que não sabia; nem os demais. Mas, obviamente, eles iam a algum lugar, porquanto eram impelidos por uma necessidade invencível de andar.
“Observação curiosa: nenhum daqueles viajantes parecia irritar-se com a besta feroz pendurada em seu pescoço e agarrada às suas costas. Poderíamos dizer que eles as consideravam partes de si mesmos. Todos esses rostos cansados e circunspectos não exibiam qualquer desespero. Sob a cúpula melancólica do céu, os pés imersos na poeira do chão tão desolado quanto aquele firmamento, caminhavam com o semblante resignado dos que foram condenados a esperar para sempre. E o séquito passou junto a mim e mergulhou na atmosfera do horizonte, no ponto em que a superfície recurva do planeta se esquiva à curiosidade do olhar humano. E por uns instantes eu me obstinei em penetrar naquele mistério; mas logo uma indiferença irresistível caiu sobre mim e me quedei ainda mais pesadamente oprimido do que eles mesmos por suas esmagadoras Quimeras.” Charles Baudelaire 
Charles-Pierre Baudelaire (1821-1867) foi um poeta boémio, dandy, flâneur e teórico da arte francesa. É considerado um dos precursores do simbolismo e reconhecido internacionalmente como o fundador da tradição moderna em poesia, juntamente com Walt Whitman, embora tenha se relacionado com diversas escolas artísticas.
Neste pequeno conto, o genial Charles Baudelaire como que pressente as Quimeras que começaram a ser gestadas no seu século XIX e vão produzir milhões de mortos no século XX. As Quimeras do totalitarismo, que tiveram seu ápice com a ascensão do comunismo na extinta URSS e do nazismo na Alemanha. Triste, é estar em pleno Século XXI e ter de conviver com os fantasmas das Quimeras totalitárias, que continuam a nos rondar sorrateiramente. Com nossa indolente complacência, a mesma dos personagens de Baudelaire em seu opúsculo. Zatonio Lahud

quimera

Significado de Quimera

substantivo femininoSonho; resultado da imaginação que tende a não se realizar.Mitologia. Monstro mitológico caracterizado por possuir cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de serpente.
"Cada qual com sua quimera”   “Sob um grande céu cinzento, em uma grande planície sem sendas, sem relva, sem um cardo, sem uma urtiga, encontrei vários homens que caminhavam encurvados.  “Cada um deles carregava nas costas uma enorme Quimera, tão pesada quanto um saco de farinha ou carvão, ou a mochila de soldados da infantaria romana.  “Mas o monstruoso animal não era um peso morto; ao contrário, ele cingia e oprimia o homem com seus músculos elásticos e poderosos. Ele atrelava-se ao peito de sua montaria com suas duas grandes garras, e sua cabeça fabulosa elevava-se acima da fronte do homem, como um desses horrendos capacetes com os quais os antigos guerreiros pretendiam ampliar o terror do inimigo.  “Interroguei um desses homens, perguntando-lhe para onde ia daquele modo. Ele disse que não sabia; nem os demais. Mas, obviamente, eles iam a algum lugar, porquanto eram impelidos por uma necessidade invencível de andar.  “Observação curiosa: nenhum daqueles viajantes parecia irritar-se com a besta feroz pendurada em seu pescoço e agarrada às suas costas. Poderíamos dizer que eles as consideravam partes de si mesmos. Todos esses rostos cansados e circunspectos não exibiam qualquer desespero. Sob a cúpula melancólica do céu, os pés imersos na poeira do chão tão desolado quanto aquele firmamento, caminhavam com o semblante resignado dos que foram condenados a esperar para sempre. E o séquito passou junto a mim e mergulhou na atmosfera do horizonte, no ponto em que a superfície recurva do planeta se esquiva à curiosidade do olhar humano. E por uns instantes eu me obstinei em penetrar naquele mistério; mas logo uma indiferença irresistível caiu sobre mim e me quedei ainda mais pesadamente oprimido do que eles mesmos por suas esmagadoras Quimeras.” Charles Baudelaire   Charles-Pierre Baudelaire (1821-1867) foi um poeta boémio, dandy, flâneur e teórico da arte francesa. É considerado um dos precursores do simbolismo e reconhecido internacionalmente como o fundador da tradição moderna em poesia, juntamente com Walt Whitman, embora tenha se relacionado com diversas escolas artísticas.  Neste pequeno conto, o genial Charles Baudelaire, como que pressente as Quimeras que começaram a ser gestadas no seu século XIX e vão produzir milhões de mortos no século XX. As Quimeras do totalitarismo, que tiveram seu ápice com a ascensão do comunismo na extinta URSS e o nazismo na Alemanha. Zatonio Lahud




17 de fevereiro de 2020

O sentido das palavras muda para aplacar nossa consciência

Outro dia vi um comentarista esportivo, que virou "especialista" na nova linguagem da "modernidade líquida", como percebeu o sociólogo Zygmunt Bauman, dando uma pretensa "aula" sobre esquemas de jogo. Uns 20 esquemas durante o mesmo jogo, viu o tal "especialista. Eu, como sou apenas um genial, porém humildoso, burrinho sapiens, não consigo ver tantos esquemas em uma partida.
Só sei o seguinte: como antanho, ganha quem tem os melhores jogadores e o melhor técnico.
O resto é conversa fiada de "especialista" de porra nenhuma!
Mudam-se as palavras, em geral, para aplacar nossa consciência. Subemprego, por exemplo, virou empreendedorismo (chique, né?); surdo virou deficiente auditivo, embora se você chamar um surdo de deficiente auditivo ele não vá escutar porra nenhuma, exatamente do mesmo jeitinho de quando era só surdo; e por aí vai...
Mas gosto mesmo é de ser chamado de "contribuinte" pelo nosso Estado ladrão! Acho muito fofo ser roubado e ser intitulado carinhosamente de "contribuinte" pelo assaltante. Num é fofo?
E nem vou falar na plêiade de sinônimos para nossas empreendedoras sexuais, ex-putas, que não quero arrumar confusão com as milícias politicamente corretas.
Zatonio Lahud

O sentido das palavras muda para aplacar nossa consciência