16 de agosto de 2010
Grosso
Quando vi a charge acima, dei-me conta de como as coisas mudam, quando era garoto vivia na rua brincando com os amigos e ficava adiando o momento de ir pra casa. Hoje os pais têm de insistir com os filhos para que saiam de casa. É televisão, vídeogame, internet, uma parafernália eletrônica que fascina à molecada. Sem falar na violência, que prende mais nossos filhos em casa. Festas, os pais levam e depois buscam, passeio quase sempre em Shopping-Center, futebol em escolinhas. Têm muito mais bens materiais, mais informação e menos liberdade e vivência, nossos filhos. A infância encurtou, perdem a inocência mais cedo, a pressão por sucesso,qualquer sucesso, aumentou. Os padrões de moralidade mudaram, vencer, ser o melhor, é o que vale, e vale tudo para conseguí-lo. E mais pressionados e mais presos, ficam, quase sempre, mais agressivos, intolerantes e infelizes. Sem falar na maior ausência dos pais, tão pressionados quanto eles, e muitas das vezes, separados, sobrando quase sempre para as mães o papel de educar sozinhas sua prole.
E tomede drogas, consumismo exacerbado, problemas psicológicos, individualismo extremo, enfim, um sem número de mazelas provocadas por um sistema que privilegia os vencedores. Nada mais darwnista que o capitalismo. A coisa é tão cruel que outro dia li um artigo muito interessante( esqueci o autor e onde li, mas vou encontrar) em que o autor falava sobre os doutores- analfabetos, ou seja, as pessoas se especializam tanto em um assunto, que são incapazes de ter um mínimo de cultura geral, verdadeiros anafalbetos com diploma. E acham que ter dinheiro compra tudo, inclusive cultura e amor. Ledo engano, cultura não se compra, nem amor, sexo sim...
Me impressiona a capacidade do capitalismo fazer tudo virar um grande negócio. Deus, hoje, talvez seja o maior ativo de nossa sociedade, investe-se na palavra e montam-se impérios financeiros vendendo pedaços do céu para homens ávidos de um pouco de paz. Sexo, vende-se em quaquer lugar. Tratam-se cachorros como gente, podem ser até melhor,mas são cachorros. Sábado saí com o meu e tinha uma mulher passeando com o dela, os dois começaram a se cheirar( os cachorros, bem entendido, a madame era um bucho!) e ela se virou pra mim e perguntou: Homem? Não, cachorro!- respondi. Bem, aí veio o tradicional e indefectível adjetivo com o qual elas adoram nos homenagear: - Grosso!!!
Saí rindo e vim pra casa ver o Fogão dar mais um show de bola!
É como me disse o Saint-Clair,outro dia, tratamos os cachorros como gente e gente como cachorros. E assim caminha a humanidade. Breve estaremos latindo!
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Diga lá, Voltaire!
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