Roberto Marinho fez a Globo "loura e de olhos azuis" por ter vergonha de ser mulato

Roberto Marinho, vergonha de sua mulatice

Lendo um artigo do excelente articulista Paulo Nogueira me deparo com a informação que Roberto Marinho,  o homem que montou um dos maiores impérios de comunicação do mundo, o Sistema Globo, "não se orgulhava de sua estatura, ampliada por saltos, e de sua tez mulata, na qual passava pó de arroz." Deve ser por este motivo que o tal "padrão Globo de qualidade" é, em geral, louro e de olhos azuis!
Tinha vergonha de ser um brasileiro típico, afinal, na cabeça dos membros de nossas elites o padrão de beleza é nórdico: louro, alto e de olhos azuis, até Jesus Cristo, um judeu pobre, muito provavelmente baixinho, de tez morena e narigudo ( características dos povos de origem semita ), teve sua imagem reconstruída pelo Ocidente e quase sempre é retratado com cabelos louros, pele clara e nariz afilado, quase um nórdico.
O preconceito de Roberto Marinho contra seu físico me lembrou duas historinhas impagáveis de auto racismo, uma com Pelé, há muitos anos li uma longa entrevista dele na revista Playboy, lá pelas tantas diz o Rei: " Porque nós, latinos( ...)", quase caí duro com a assertiva real, depois comecei a rir; a outra foi com Valdo, ex-ídolo do elitista Fluminense na década de 50 do século passado. Certa feita ele estava em um baile de carnaval nos salões da sofisticada sede do Tricolor, quando entra um seu colega de time, não tão famoso e diz:- " Me barraram na portaria por ser negro!" Valdo, já famoso e também de origens afrodescendentes, responde:- " Eu sei o que é isso, eu também já fui preto!"
Só existe uma raça: a humana, mas existe racismo, sim!, e é contra ele que devemos lutar se quisermos construir uma sociedade mais justa e solidária!

O artigo de Paulo Nogueira está aqui: Brasil 247