29 de agosto de 2018

Eu não sabia que solidão de filho doía tanto

Fui duas vezes ao quarto falar com ele.
Vazio...
Uma sensação de vazio...
Terei, bem sei, de me acostumar com a ausência de meu filho.
Eu sei...
Mas dói, a falta.
Sim, nos falamos todo dia ao telefone ou no Facebook.
E daí?
Ele não está aqui resmungando por causa de meu cigarro.
Emburrado com uma derrota de seu Fluminense- traição que só pai perdoa.
Toy, seu irmão que late, todo dia vai ao quarto do Léo sentir sua ausência.
E me olha, como se perguntasse: "Cadê meu irmãozinho?"
Eu não sabia que solidão de filho doía tanto... tanto... tanto...

PS: Publiquei este texto em 12/'11/2012, quando meu filho foi morar em Brasília. Em 2015 fui pra lá e voltamos a morar juntos. Hoje (29/08/2018), ele está indo para Berna, Suíça, onde vai ficar um ano fazendo mestrado. O Toy, o irmão que latia, morreu em 2103. Ah, e parei de fumar também em 2013.
Dizem que a gente cria os filhos para o mundo. Eu não, criei para mim, o mundo que o levou... Seja feliz em sua nova jornada, meu filho querido.

Eu não sabia que solidão de filho doía tanto
                                                                       

3 comentários:

  1. Bem, obrigado, Mestre. Fazer o quê?

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  2. Benzinho não se iluda pq a dor da ausência do pai também é sentida com a mesma intensidade. E falo como quem saiu de casa um dia para trabalhar em SP. E lá me via diante da dona saudade que me matava aos poucos com lembranças da minha família tão distantes em terras mineiras.

    E acredite meu querido, nós fazemos um esforço enorme quando ouvimos o pai do outro lado da linha e com dor coração temos que dizer; papai está tudo bem por aqui...

    Emocionada te li...

    Beijos da cristal

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