8 de maio de 2014

Poema Vagabundo



Poema Vagabundo
Quando está lento o talento,
que já não é dos maiores,
o  que resta-me é rir do mundo,
e cometer um poema vagabundo,
para debochar de tanto poder imundo.
Nada é mais ridículo que os salamaleques
do poder.  Como não tenho poder, mas sou
um tanto quanto moleque, rir é o que mais me apetece.
Um dia- de preferência à noite- a morte virá a todos igualar,
em sua grotesca frieza. E lá estará, esticado e gelado, o todo-poderoso,
tal qual o mendigo da cova-rasa um pouco mais acima. Acima do todo-poderoso,
o  pedinte passará à eternidade. É ou não é para rir das ironias deste mundo vagabundo?

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