22 de março de 2020

Confusão com o Barão no mercado esvaziado pelo coronavírus

Mais cedo fui ao Carrefour aqui perto de casa repor o estoque. Não, não comprei montanhas de papel higiênico por dois motivos: como sou um nobre, me lavo após defecar (cagar, para vocês da plebe ignara) e o coronavírus não vai me infectar pelo ânus (cu, para vocês do povoréu).
No caixa preferencial não tinha ninguém. Acheguei-me com minhas compras, cumprimentei a mocinha do caixa, que usava máscara e luvas, e começamos a conversar sobre a pandemia do coronavírus. Ela me diz que tá com muito medo e que só vai trabalhar porque é arrimo de família. Logo chega outro terceiro-idosinho, por volta dos 60 anos, e começa a bisbilhotar meu papo com a caixa. Como vocês sabem, este Barão não é nem um pouco implicante e quando percebi o idosinho fuçando minha conversa, disse à mocinha:- Pois é, mas vai dar tudo certo, apesar do Bolsonaro ter dito que isso é só uma "gripezinha"!
Foi eu falar e o "véi" pular!- E do Lula e da Dilma, você não vai falar nada?
Olhei bem pra ele e perguntei:- Você tá falando comigo?-Tô, por quê!-responde ele com cara de poucos amigos.
-Porque lá na minha terra dizemos a gente enxerida que conversa não faz curva... Eu tô conversando com ela, não com você.
Peguei minhas compras e vim embora com minha nobreza feliz da vida! Tinha tempo que não arrumava um tumulto em supermercado.

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