15 de março de 2022

Tenho profunda fé na irracionalidade humana

 Editorial do Barão

Sim, tenho fé, e muita, na irracionalidade humana! A única espécie que é capaz de produzir coisas maravilhosas, mas, por outro lado, praticar monstruosidades inimagináveis.
Criamos deuses e religiões e depois passamos a matar nossos semelhantes que possuem fé diferente ou são ateus.
Cristãos foram perseguidos e mortos aos borbotões no Império Romano. Persistiram em sua fé, viraram a religião oficial do Império e, como em um passe de mágica, passaram a liquidar os que duvidavam da fé cristã. Não satisfeitos, surgiram várias interpretações do que seria a "fé cristã verdadeira" e os seguidores de Cristo- que só pregava a paz, o amor aos humildes e a não-violência- começaram a matar-se entre si em nome da "pureza de uma fé" encharcada de sangue.
No Islã ocorreu o mesmo- e, vira e mexe, vemos xiitas e sunitas se matando.
Sem esquecer a secular matança entre cristãos e muçulmanos, e da perseguição de ambas as religiões aos judeus, os responsáveis pela origem das duas confissões de fé com mais fies no mundo.
Na Índia, de maioria hindu, mas com um expressivo contingente de muçulmanos, milhões já morreram nos conflitos religiosos entre os sectários religiosos de ambos os lados.
Nas escolas os grandes heróis são, quase sempre, os que mais mataram seres humanos. Alexandre, Júlio César, Napoleão. Grandes assassinos viram grandes conquistadores.
Os que ousaram pregar a paz e o amor entre os homens, gente como Jesus Cristo, Mahatma Gandhi, Martin Luther King, dentre outros, também morreram de forma violenta.
É por minha profunda fé na irracionalidade humana que sinto o quão próximo estamos da última guerra mundial.
E, no fim, com o fim, a irracionalidade humana pairará orgulhosa sobre os bilhões de cadáveres insepultos espalhados pela Terra.
E todos terão razão...

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