10 de maio de 2022

Botafogo: eu estava presente no resgate do orgulho de uma torcida

 Estádio Nacional Mané Garrincha, Brasília, dia 08/05/2022. Um dia histórico para o glorioso Botafogo de Futebol e Regatas. Não, a data é histórica não pela vitória sobre um grande rival, mas pelo resgate do orgulho de uma torcida.

Em 1968, aos 11 anos, sai de minha pequena e bela São José do Calçado-ES e fui morar em Niterói. Minha primeira vez no Maracanã foi na decisão do Campeonato Carioca daquele ano. À época, os campeonatos regionais tinham muito mais importância que hoje, e o "Maraca" estava abarrotado de gente (quase 150 mil pessoas). Vencemos por 4 x 0. O torcedor alvinegro andava sempre de peito estufado, orgulhoso da grandeza do clube. Depois, bem, depois veio a decadência de um gigante do nosso futebol. Fora um brilhareco aqui, outro ali, foram 5 décadas de destruição, de vergonha, de frustação... Mas, hoje, tudo mudou. O Botafogo, depois de anos de luta e de um brilhante trabalho de reestruturação do clube feito por nosso atual presidente, Durcesio Mello e sua equipe, o futebol do Botafogo virou uma Sociedade Anônima, que passou a ser controlada pelo empresário americano John Textor. Outro achado alvinegro! Textor logo percebeu que a paixão de milhões de torcedores de um clube histórico mas decadente, estava em suas mãos. Apaixonou-se pelo clube, e com seu grande carisma, que vai muito além de dinheiro, começou a interagir com a torcida alvinegra e resgatar sua autoestima. A esperança da volta aos dias de glórias renasceu rapidamente em nossos apaixonados e sofridos corações alvinegros. E tudo começou a mudar... Profissionais competentes na nova gestão do clube, contratações de jogadores de melhor nível técnico rapidamente resultaram em estádios lotados por uma torcida que andava cética e desiludida com o futuro do Botafogo.

Mudei-me para Brasília em 2015, e no domingo, no estádio batizado em homenagem ao maior ídolo da história do Botafogo e o jogador mais querido guardado na memória afetiva do povo brasileiro, Mané Garrincha, tive a honra de ver o renascimento do orgulho de torcer para o Glorioso.

Sim, meus amigos, eu vi 5.000 heroicos alvinegros calarem 50.000 rubro-negros. E isso aconteceu antes, durante e depois da partida.

Voltei para casa muito feliz, menos pela vitória em si, mas por estar presente, agora aos 65 anos, no renascimento de uma grande paixão denominada Botafogo de Futebol e Regatas, o glorioso clube da estrela solitária que nos conduz. 

À glória, Botafogo querido!


Botafogo: eu estava presente no resgate do orgulho de uma torcida


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