Mostrando postagens com marcador crônica. Mostrar todas as postagens
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1 de agosto de 2016
26 de julho de 2016
Tempos feios
Vivemos tempos feios.
A desesperança prospera...
A violência desespera.
Viramos feras famintas,
em busca de sangue humano.
Mata-se por matar. Um judeu, um cristão,
um muçulmano. Não somos mais humanos.
Somos rótulos descartáveis embebidos em sangue a ser derramado.
Ser diferente virou crime. Pensar um acinte aos estúpidos.
A ignorância virou virtude. A estupidez categoria de pensamento.
Idiotas viram ícones de sabedoria. Jumentos estúpidos são incensados como gênios.
Este é o verdadeiro fim do mundo...
A desesperança prospera...
A violência desespera.
Viramos feras famintas,
em busca de sangue humano.
Mata-se por matar. Um judeu, um cristão,
um muçulmano. Não somos mais humanos.
Somos rótulos descartáveis embebidos em sangue a ser derramado.
Ser diferente virou crime. Pensar um acinte aos estúpidos.
A ignorância virou virtude. A estupidez categoria de pensamento.
Idiotas viram ícones de sabedoria. Jumentos estúpidos são incensados como gênios.
Este é o verdadeiro fim do mundo...
22 de julho de 2016
De volta a Niterói
Estou de volta a Niterói. Cidade querida. Revendo amigos. Resgatando o amor. Difícil é recomeçar a escrever. Nova rotina. A mente ainda dispersa. As palavras se misturam. Assim como os sentimentos. Que andam à flor da pele.
Mas estou feliz. Saudade de meu filho, que ficou em Brasília. Fazer o quê? Não podemos carregar os filhos nos bolsos. Eles crescem e ficam pesados. Só o coração suporta carregá-los, com amor.
Mas estou feliz. Saudade de meu filho, que ficou em Brasília. Fazer o quê? Não podemos carregar os filhos nos bolsos. Eles crescem e ficam pesados. Só o coração suporta carregá-los, com amor.
7 de maio de 2016
Uma mãe, todas as mães
Mãe
Há algum tempo venho acompanhando uma mãe e seu filho. Todos os dias lá vem ela, mãos dadas ao rapaz, talvez 20 anos, que é portador de síndrome de Down. Acordo cedo e desço para ver os jornais e conversar fiado na porta do boteco da esquina. Não demora muito e a cena se repete: lá vem a mãe, uma mulher esguia, uns 45 anos, cabelos lisos e negros, com seu filho, em sua rotina diária. O rapaz estuda numa escola para portadores de necessidades especiais na rua em que moro.
Na esquina eles param e ficam, todos os dias, conversando por cerca de 10 minutos. Não há, nesse tempo, um momento sequer que ela deixe de fazer um carinho no filho. Alisa suavemente seu rosto, abraça-o, riem, continuam a conversa, agora de mãos dadas. Fico ali, olhando os dois e todos os dias me emociono com aquela mãe.
Hoje, ao despedir-se do filho, estava eu de pé e ela, ao virar-se para sair, notou que eu olhava a cena. Fitou-me com seus grandes olhos negros e se foi. Fiquei ali, estático, pensando no olhar daquela mulher.
Não havia no olhar daquela mãe nenhum resquício de amargura, ódio, ressentimento, tristeza; ao contrário: havia altivez, ali; não a altivez do orgulho e da prepotência, não; havia a altivez do amor, da ternura, do afeto; enfim do dever cumprido, não por obrigação, mas por grandeza. Sim, havia cansaço naqueles olhos, mas daquele cansaço que castiga o corpo e alivia a alma. O cansaço do prazer de amar por inteiro aquele filho; cansaço que não cansa, pois se torna nada diante do seu amor infinito.
Estou aqui escrevendo, mas a vontade que tenho é de dar um forte abraço naquele mãe e dizer: obrigado, mãe, nós, pobres homens, te invejamos por tanto amor...
Obs: A crônica foi feita em fevereiro de 2010 e a estou reproduzindo em homenagem ao Dia das Mães.
13 de março de 2016
Um dia me disseram que a esperança ia vencer o medo
Um dia me disseram que a esperança ia vencer o medo. Eu acreditei e a esperança venceu.
Mas, com o tempo, a corrupção venceu a esperança.
A esperança foi, na verdade, estrupada pelos que dela deveriam cuidar.
Os sonhos, nossos sonhos foram corrompidos. Esta é a pior de todas as corrupções: a dos ideais.
Mas, com o tempo, a corrupção venceu a esperança.
A esperança foi, na verdade, estrupada pelos que dela deveriam cuidar.
Os sonhos, nossos sonhos foram corrompidos. Esta é a pior de todas as corrupções: a dos ideais.
4 de fevereiro de 2016
A religiosa fanática
A religiosa fanática e o aborto:
Aborto é crime! Pecado mortal! Jamais serei a favor de uma monstruosidade dessa!
A religiosa e a criminalidade de menores:
Tudo bandido! Só a pena de morte pode acabar com esse bando de vagabundos que assaltam, matam e ficam sem nenhuma punição por seus crimes! Uma absurdo! Pena de morte já!
E assim caminha a humanidade...
28 de janeiro de 2016
O dia em que a Lua quebrou
Léo devia ter uns 2 anos, mostrei-lhe a lua cheia e disse: "Meu filho aquilo é a Lua!"
Passado uns dias estou passeando com ele à noite quando ele para, olha para o céu, aponta com seu dedinho e dispara, meio que aflito : "Olha, papai,a Lua quebrou!"
Nosso satélite estava na minguante.
Nada como a lógica de uma criança.
7 de outubro de 2015
Vou fazer a mais bela das viagens: vou viajar ao meu coração
A verdadeira viagem é a que fazemos dentro de nós. Mia Couto No livro "O outro pé da sereia" |
24 de setembro de 2015
Morte virtual
É estranho. Anos "amigos" no Facebook. Uma intimidade virtual grande. Apesar de nunca terem se encontrado, criam-se laços emocionais com o "amigo" digital. Um bom amigo.
Um dia o amigo simplesmente some. Desaparece sem dar qualquer explicação. Ou pode ter morrido- e aí não dá mesmo pra avisar. Ou cansou de tua amizade e simplesmente te bloqueou.Ou cansou do mundo digital e resolveu sumir sem dar satisfação... De qualquer forma, morreu pra você. Uns até "ressuscitam" depois de algum tempo. É estranho, o novo universo das redes sociais. Um clique, o fim. E fica uma estranha sensação de perda... Perde-se o que nunca conhecemos de verdade. O que nem sabemos se existe conforme se apresentou para nós. Será esse o futuro?
Um dia o amigo simplesmente some. Desaparece sem dar qualquer explicação. Ou pode ter morrido- e aí não dá mesmo pra avisar. Ou cansou de tua amizade e simplesmente te bloqueou.Ou cansou do mundo digital e resolveu sumir sem dar satisfação... De qualquer forma, morreu pra você. Uns até "ressuscitam" depois de algum tempo. É estranho, o novo universo das redes sociais. Um clique, o fim. E fica uma estranha sensação de perda... Perde-se o que nunca conhecemos de verdade. O que nem sabemos se existe conforme se apresentou para nós. Será esse o futuro?
20 de setembro de 2015
Saudade de minha infância
Sim.
Acordei
com saudade. Saudade de
minha
infância alegre e despreocupada nas ladeiras de São José Calçado. Saudade
de
amigos queridos que se foram a procurar seus caminhos pelas
estradas do mundo. Saudade
dos
banhos
de rio no Poço
do Chicão- amigo véio. Saudade
das tardes felizes passadas no Bar do Crissaf- como era divertido
seus xingamentos exacerbados à
nossa
turma,
fregueses
e um pouco filhos dele,
e ao Botafogo em defesa de seu amado - fazer o quê?!- Flamengo.
Saudade
dos bailes no Montanha Clube- onde os amigos se juntavam numa
grande e barulhenta família. Saudade
de sair de madrugada, gaiola na mão, para pegar coleirinho com o
Rogério e o Cachola.
Saudade
do Botafoguinho (eu, Rogério, Homerinho, Cabo Nilo, Cachola, no gol: o Paulim do Bianor ou o
Bastião do Carioca- doce figura e nosso técnico) que disputou "clássicos’''
inesquecíveis com o time do Tino, no campinho atrás da igreja.
Saudade
do biscoito de polvilho da dona Dulce.
Saudade
dos clássicos entre Americano e Motorista- a maior rivalidade do
mundo. Saudade
das divertidas
mentiras do Lineu- doce figura.
Saudade
do Cabiúna, soltando a voz depois de tomar muitas achando ser o verdadeiro Nélson
Gonçalves, pobre Nélson.
No
rádio Milton Nascimento começa a cantar, exatamente agora, quando
estou escrevendo: “Há
um menino/ há um moleque/ cada vez que a tristeza me alcança/ ele
vem
e
me dá a mão…
E
eu não consigo mais escrever.… Eu
sou esse menino… Esse
moleque… Essa
saudade… Essa
tristeza...
28 de julho de 2015
Só o coração não mente
A mente mente
solenemente. Toda mente mente. Mente a mente do demente. A mente do paciente
doente. A mente do Ocidente; e a mente do Oriente. Mente desbragadamente toda
mente. Mente quem tem mente e mente quem a mente desmente. Mente toda
gente. Até o indigente, mente. Somente não mente quem não tem mente. Mente
tanto a nossa mente que a chamamos de mente. Só não mente quem não tem mais
mente. A criança mente precocemente. O adulto mente ininterruptamente. O idoso
mente tardiamente. Mente e não contente desmente o que mente. A mulher mente
suavemente. O homem mente convictamente. O político somente mente. A mente é a
semente daquele que mente corajosamente ou covardemente. Mente a mente de toda
gente. Qualquer mente mente. Só o coração não mente. Só sente.
19 de julho de 2015
Que a esperança se realize
Que a esperança se realize.
Que a violência pereça e o
amor floresça.
Que a vida seja plenitude...
Não para uns, mas para todos.
Que vivamos com paixão sem jamais
perder a compaixão pelos necessitados, pelos que sofrem, pelos que se perderam
no caminho- por frágeis.
Sim, é necessário, essencial, que
olhemos para frente, mas também para os lados... Se houver uma mão estendida
clamando ajuda, agarre-a. E siga. O caminho se percorre amando.
Mais nós, menos eu. A única maneira
de ser feliz é ser inteiro, pleno, integral!
8 de julho de 2015
À minha terra querida
São José do Calçado (ES) |
Terra querida
Zatonio Lahud
Estou aqui pensando no que escrever.
A mente está dispersa. Quando estou assim viajo até minha infância. Tive uma
infância feliz e tranquila na minha querida São José do Calçado, uma pequena,
linda e aconchegante cidade que fica ao Sul do Espírito Santo, quase na divisa
com o Rio de janeiro e não longe da de Minas Gerais. Futebol na rua com os
amigos, jogar botão, pegar passarinho, banho de rio, jogar baleba (bola de
gude), brincar de pique na praça, roubar jabuticaba no quintal do Chico Vieira. Era livre.
Até que meu pai resolve mudar para Niterói.
Fui do paraíso ao inferno. Passei um ano chorando. Só parava na hora de ir à
escola. Nada até hoje me doeu mais que a brusca mudança.
Saudade é o tempo que não passa
dentro da gente. E doía. A saudade das ladeiras sinuosas de minha terrinha
amada. E doía. A saudade dos amigos, alguns perdidos para sempre na infinitude
do mundo, mas guardados com carinho em meu coração. Não, não é uma dor que
machuca, é dor que renova; antes proteção que dor. É lá, nos melhores
12 anos de minha vida, que procuro refúgio das dores sentidas- passadas, atuais
e vindouras.
Arrancaram-me do meu paraíso como se
arranca uma raiz do solo. Mas as sementes se renovam e renascem em meu coração.
E quando brotam novamente, como agora, algumas lágrimas fugidias escorrem em
meu rosto. Lágrimas de saudade, sim! Mas também de alegria por ter comigo cada
ladeira de Calçado. Agora mesmo, estou descendo a Rua XV, vou ao poço do Chicão
tomar um gostoso banho de rio. No caminho encontro o Zé Manada, a Cascuda e o
Divino Zói de Sapo.
Escondo-me atrás do poste e grito:
Cascuda!!! E lá vem ela, correndo e xingando todos os palavrões que conhece. Corro
e escapo dela. Pouco mais à frente grito novamente: Divino Zói de Sapo!!! E lá vem
ele, porrete na mão, tentando me pegar. Corro, feliz!, rumo ao Rio Calçado, que
é o maior rio do mundo, não por ser o rio de minha aldeia, não, grande Fernando
Pessoa, mas por ser o rio do meu coração, onde deságua toda a saudade que tenho
de ti, terra querida, terna e eterna. São José do Calçado... Que deveria
chamar-se São José da Saudade.
22 de maio de 2015
Tédio
Tédio.
Angústia. Nostalgia. Apreensão. De quê? Por quê? De tudo. De nada. De vida. De
morte. Azar. Sorte. O coração apertado. O aperto primordial. Saudade. Alguma.
Várias. Silêncio inquieto. Na mente. Carente. Palavras vagam. Eu vago. Ao infinito. O
finito eu. Meu. As dores. As alegrias. As faltas. As completudes. Tão
raras. Às vezes, basto-me. Vezes outras,
falto-me. Vida vã. Amálgama de sentimentos. Apesar do tédio. Que paralisa. Mas
regurgita- a solidão. Vomito-a em palavras. E sigo. Só. Inexato. Vivo.
Apesar...
2 de maio de 2015
Avô acolhe neto expulso de casa por ser gay e manda carta emocionante à mãe
Cara
Christine,
Você me desapontou
como filha. Você está certa sobre termos uma “vergonha na família”, mas errou
sobre qual.
Expulsar seu filho
de sua casa simplesmente porque ele disse a você que era gay é a verdadeira
“abominação”. Uma mãe abandonar o filho é que “é contra a natureza”.
A
única coisa inteligente que ouvi você dizer sobre tudo isso é que “não criou
seu filho para ser gay”. Claro que não criou. Ele nasceu assim e escolheu isso
tanto quanto escolheu ser canhoto. Você, entretanto, fez a escolha dele ser
ofensiva, mente-fechada e retrógrada. Então, já que esse é um momento de
abandonarmos filhos, acho que chegou a hora de dizer adeus a você. Sei que
tenho um fabuloso (como os gays dizem) neto para criar e não tenho tempo para
uma filha que é uma b. sem coração.
Se encontrar o seu
coração, ligue pra gente.
Dad
Amor de verdade não tem sexo. Parabéns a esse grande avô. Que seu exemplo frutifique.
30 de abril de 2015
Somos autoritários desde Cabral
Somos autoritários. Desde que Cabral aportou no Brasil, trazendo consigo o Absolutismo português. E a escravidão. Passamos dos títulos de nobreza do Império, para os coronéis-fazendeiros de patentes compradas na República que já nasceu Velha. Senhores da vida e da morte nos feudos que eram suas fazendas.
Somos autoritários desde sempre. Como não temos mais títulos de nobreza, nem vende-se mais patentes de coronel da Guarda Nacional, como os de cima podem continuar distinguindo-se da plebe ignara? Virando doutor. Qualquer diploma serve. E qualquer burro que tenha um acha-se superior. Conheço vários. Uma grande manada deles, para ser mais exato.
Reparem nos restaurantes. Os garçons (em geral nordestinos) tratam o cliente (os de cima) por "doutor". O que são empregadas domésticas (domesticadas?!) senão um resquício de nosso sistema escravista.
Diplomas... Diplomas... Não para saber. Não. Para ser superior. Doutores em autoritarismo é o que somos.
Construímos uma sociedade em que roubar do Estado- do que deveria ser de todos- não causa indignação. Mas a sexualidade alheia causa. Ninguém pede pena de morte para os grandes ladrões de dinheiro público. Nunca. Mas exigem o fuzilamento dos pobres, a ampla maioria negra, que cometam crimes. Qualquer crime. Os ladrões de alto coturno são "doutores". Merecem, inclusive, prisão especial". Afinal, são especiais em uma sociedade que guarda em seu "DNA" a memória da escravidão.
Somos autoritários desde sempre. Como não temos mais títulos de nobreza, nem vende-se mais patentes de coronel da Guarda Nacional, como os de cima podem continuar distinguindo-se da plebe ignara? Virando doutor. Qualquer diploma serve. E qualquer burro que tenha um acha-se superior. Conheço vários. Uma grande manada deles, para ser mais exato.
Reparem nos restaurantes. Os garçons (em geral nordestinos) tratam o cliente (os de cima) por "doutor". O que são empregadas domésticas (domesticadas?!) senão um resquício de nosso sistema escravista.
Diplomas... Diplomas... Não para saber. Não. Para ser superior. Doutores em autoritarismo é o que somos.
Construímos uma sociedade em que roubar do Estado- do que deveria ser de todos- não causa indignação. Mas a sexualidade alheia causa. Ninguém pede pena de morte para os grandes ladrões de dinheiro público. Nunca. Mas exigem o fuzilamento dos pobres, a ampla maioria negra, que cometam crimes. Qualquer crime. Os ladrões de alto coturno são "doutores". Merecem, inclusive, prisão especial". Afinal, são especiais em uma sociedade que guarda em seu "DNA" a memória da escravidão.
29 de abril de 2015
Geovana
Acabei de chegar do laboratório de análises clínicas onde fui fazer uns exames. Enquanto o rapaz tirava meu sangue, senta em minha frente a Geovana, uma linda menininha de uns 4 anos, com longas tranças louras. Uma boneca, além de conversada e simpática que só ela. Ficamos batendo papo e percebi que as atendentes do laboratório já a conheciam. Ela também ia fazer exames, segundo me disse. Terminei, dei um beijo nela e ela me beijou carinhosamente.
Na antessala vejo sua mãe conversando com uma das atendentes.
Não tive coragem de perguntar coisa alguma...
Que não seja nada grave com a Geovana.
Na antessala vejo sua mãe conversando com uma das atendentes.
Não tive coragem de perguntar coisa alguma...
Que não seja nada grave com a Geovana.
16 de fevereiro de 2015
Três Carnavais
TRÊS CARNAVAIS
Faz sentido, vejam só.
* Um só para os evangélicos e católicos carismáticos (dá no mesmo), seria realizado em Palmas. Aliás, isto já está acontecendo. O prefeito da capital tocantinense criou o evento Carnaval da Fé. Ótimo se todos os crentes que odeiam carnaval viajem para essa Jerusalém da folia. Sua realização coincidiria com o carnaval propriamente dito.
* Outro para os fingem gostar de carnaval, mas no fundo odeiam. Blocos como esse Empolga às 9, o tal bloco da Favorita São Conrado e outras agremiações funkeiras. Podia ser também nos mesmos dias do carnaval, mas a festa seria em Salvador. O Bloco da Preta iria junto.
* O carnaval do Rio, de Recife/Olinda, o novo carnaval de São Paulo seriam declarados em extinção e esquecidos pela Globo, que está apostando numa disputa (!) entre o Bola Preta e o Galo da Madrugada para ver qual das duas agremiações de muita tradição do carnaval brasileiro vai inviabilizar a grande festa das ruas.
Detalhe: o momento mais imbecil aconteceu quando um repórter da Globo News pediu ao tal bloco Empolga às 9, que já havia terminado seu desfile, para cantar mais um hit pra TV mostrar ao vivo.
( Texto de José Sérgio Rocha )
17 de outubro de 2014
A hilária fundação do PT em São José do Calçado
Logo após o PT ser fundado em SP, eu com um grupo de amigos, todos universitários à época, resolvemos fundar o partido na cidade onde nascemos, São José do Calçado, localizada no sul do Espírito Santo. Não conhecem ? Pois deviam, é terra de Geir Campos, grande poeta; e Darlene Glória, glória do cinema nacional nos anos 60 e 70 do século passado. Nossa, já vivi em dois séculos...
Mas vamos aos fatos: éramos uns 10, 12 jovens e resolvemos fundar o PT. Foi um tumulto na cidade, extremamente conservadora- para terem ideia só tinha lá a ARENA, partido de apoio à ditadura. Eleições para prefeito era ARENA 1 x ARENA 2. Com um agravante, dois governadores do Estado durante o período da ditadura eram de Calçado: Cristiano Dias Lopes e Eurico Rezende, que era mineiro, mas iniciou sua vida política lá em Calçado. Além de governador, foi senador e presidente nacional da finada- e espero que bem enterrada- ARENA. E mais José Carlos da Fonseca,deputado federal e vice-governador.
Mas vamos aos fatos: éramos uns 10, 12 jovens e resolvemos fundar o PT. Foi um tumulto na cidade, extremamente conservadora- para terem ideia só tinha lá a ARENA, partido de apoio à ditadura. Eleições para prefeito era ARENA 1 x ARENA 2. Com um agravante, dois governadores do Estado durante o período da ditadura eram de Calçado: Cristiano Dias Lopes e Eurico Rezende, que era mineiro, mas iniciou sua vida política lá em Calçado. Além de governador, foi senador e presidente nacional da finada- e espero que bem enterrada- ARENA. E mais José Carlos da Fonseca,deputado federal e vice-governador.
Durante reunião na sede provisória do partido, o Bar do Faísca, resolvemos requisitar a Câmara de Vereadores para fazer a primeira reunião oficial do partido. Primeira confusão: Saragaia, um dos signatários da ata de fundação, protestou: tenho de tirar meu nome, papai é o prefeito, se vê meu nome nessa ata corta minha mesada, me tira da faculdade e me deserda! Percalços da revolução. Após muita discussão, regada a doses generosas de Fazenda Velha, cachaça produzida pelo prefeito( a direita já estava infiltrada entre nós ), decidiu-se excluir o nome do Saragaia e incluí-lo posteriormente. Usamos o jeitinho em prol da revolução, além de preservamos o fluxo de cachaça, devidamente surrupiadas pelo Saragaia do alambique do pai e prefeito. Expropriação revolucionária...
Depois de tudo resolvido, ou quase( aprendi ali que em reunião de esquerda nunca está tudo resolvido), Maurinho Pirracento(volto a ele numa próxima crônica ), já bêbado, falando alto e cuspindo ao mesmo tempo- sacrifícios revolucionários- questiona: "Aqui só tem estudante, o nome do partido é Partido dos Trabalhadores, precisamos arrumar ao menos um trabalhador para constar na ata de fundação".
Já viram, começou tudo de novo- até que , por sorte, adentra o recinto Zé Paraná, figura folclórica da cidade, grande contador de causos e mentiroso afamado na região- jurava de pé junto ter passado na ponte Rio-Niterói tocando gado, quando ela era de madeira- além de ter sido, em priscas eras, trabalhador rural.
Zé, já meio alto, se aproxima de nós e diz:" Ah, cêis tão aí metido com esse negócio de PT né, tá um fuzuê danado na cidade. Mas quer saber: tá certo, vi o Barbudo falando outro dia e ele falou um monte de verdade. Eu apoio ocêis!"
Levantamos Zé Paraná em júbilo, servimos uma farta dose de cana e o nomeamos, em decisão unâmime, representante dos trabalhadores rurais. E pedimos que discursasse para nós. Deu-se, então, a tragédia: lembram dos três políticos conservadores que citei lá em cima? Todos eram advogados e Zé Paraná, após falar durante um bom tempo, encerra assim sua peroração:"...pois é, o partido tem tudo para crescer, mas é melhor convidarmos o Dr. Eurico, o Dr. Cristiano e o Dr Zé Carlos para entrar pro partido, porque partido sem doutor num vinga não, gente!"
Silêncio sepulcral, quando Jilozinho sugere : "Pessoal, depois acabamos com isso, já são quase meia-noite, tem baile na zona lá em Bom Jesus, vamos logo pra lá! ".
Fomos... Fazer o quê, né?!( Crônica publicada em 05/09/2011 )
26 de agosto de 2014
Tristeza não é doença
- Estou
triste...
- Você
precisa procurar um psicólogo.
- Por quê?
- Para ver o
motivo dessa sua tristeza, isso não é normal!
- Como não é
normal? O que é ser normal?
- Normal é ficar
alegre! Ser feliz! Se está triste procura um psicólogo ou um psiquiatra, eles
têm uns remedinhos ótimos para essa sua doença!
- Doença?
Tristeza não é doença, é apenas um dos sentimentos que temos... Quer saber, me deixa quieto aqui com minha
tristeza, ela vai passar, mas você, com sua frivolidade pós-moderna tá me
deixando, além de triste, com gana de virar um assassino!
- Grosso! Tô
só querendo ajudar...
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