O Brasil é um
país estranho. Tem uma turma, que se autodenomina "liberail", que senta o
pau em qualquer monopólio, desde que estatal; se for privado, a livre
concorrência de um só, aplaudem entusiasticamente.
Uma das maiores
perversidades, dentre tantas, que ocorre em nosso futebol é o monopólio
da Rede Globo sobre ele. E pouca gente questiona esse absurdo.
Ora, as transmissões, em um sistema que se quer capitalista e defensor da livre
concorrência, deveriam ser livres. Que cada rede de TV negociasse
direto com os clubes o valor de cada transmissão e se virasse para
arrumar seus patrocinadores.
Como é hoje, dá-se o que vemos: a
Globo determina dia e horário dos jogos e passa o que lhe der na telha-
em geral favorecendo os clubes de maior torcida ( inclusive nas
arbitragens, pois esses clubes dão mais audiência ) financeiramente,
aumentando a disparidade entre eles, empobrecendo e tirando a
competitividade de nossos campeonatos.
Isso sem falar em nossa
Seleção, que virou mais um produto "global", por vezes, tão frívola
quanto a imensa maioria dos programas da "emissora líder". Reparem no
público ( aquilo não é torcida ) que frequenta os jogos de nossa Seleção
atualmente e o comparem com o auditório do programa do Luciano Huck ou o
do Faustão. É o mesmo. E nossa Seleção, seguindo o padrão de qualidade
global, também ficou tão ruim quanto os programas citados. Mas o que
isso importa perto dos bilhões faturados, né mesmo?