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15 de setembro de 2022

CALÇADENSES PELA DEMOCRACIA

CALÇADENSES PELA DEMOCRACIA

Calçadenses, somos da terra dos magistrados, dos grandes professores e de sábios escritores. Somos legatários dos intrépidos sertanistas Marciano Lúcio e Caboclo Valério que deixaram para trás o Planalto de "Fazenda Velha", desbravaram a mata inóspita e construíram um casebre que passou a lhes dar abrigo. Honramos nossos antepassados na continuidade da eterna luta pela prosperidade de nossa gente, sempre iluminados pelos ideais de liberdade, fraternidade, igualdade e justiça social.
Quis a História que Calçado, como ficou conhecido, se tornasse um importante polo econômico e cultural, tendo como diferencial a nossa educação e nosso profundo humanismo, assentados em valores civilizatórios com os quais não transigimos. E nos reconhecermos como uma gente politizada, atenta, portanto, aos riscos que ameaçam o nosso convívio como nação, que precisa seguir sua evolução sendo regida por uma Constituição cidadã, que assenta seus pilares na atuação das instituições que compõem o Estado Democrático de Direito.
Constituição por meio da qual foi instituído um “Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias...” e que foi promulgada, “sob a proteção de Deus”.
E ver essa evolução ameaçada, com a Democracia precisando ser diuturnamente defendida de ameaças de gente com mentalidade autocrática, antidemocrática, desonesta e perigosa como expressão de um entendimento equivocado da política, nos motiva a externar nosso posicionamento claro nas eleições presidenciais de 2022.
Não soa nem um pouco razoável e compatível com nossa história ficarmos inertes e alheios à manipulação de pessoas para se alinharem a coisas estúpidas ,para ficar apenas em alguns temas, sobre saúde (não se vacinem), educação (eduquem seus filhos em casa ou morte a Paulo Freire), pobreza (Não há miséria), religião (desrespeito, manipulação, discursos e atos de intolerância contra a liberdade de culto), segurança pública e armas; Negações e violências que querem fazer crer que possuir e portar uma pistola na cintura seria só uma questão de autodefesa e que "povo armado jamais será escravizado", sem se importar com o fato dos tais “CAC’s” já terem entrado “na mira” do crime organizado, do narcotráfico e das milícias.
Defendemos uma Ordem Social que tem “como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais”. A assistência social prestada a quem dela necessitar, independentemente de qualquer discriminação, com foco na proteção socioeconômica de famílias em situação de pobreza ou de extrema pobreza. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.  O meio ambiente sendo preservado para as atuais e futuras gerações. A redução das desigualdades, com oportunidades iguais para todos. O trabalhador tratado com dignidade, podendo, com o fruto de seu trabalho fazer três refeições diárias, manter seu filho estudando e tendo a perspectiva concreta de enveredar por uma carreira técnica ou por uma formação acadêmica que o realize pessoal e profissionalmente; o filho do porteiro possa ser engenheiro, que a filha da doméstica possa ser médica e que ninguém estranhe que a empregada doméstica deseje passar férias na Disney. 
Enfim, defendemos um ideal de Estado, fruto de um grande Contrato Social, voltado para os seus objetivos fundamentais de uma República Federativa que se preordena a construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Assim honramos nossa História e reafirmamos os nossos princípios e valores nos quais foram criados e cresceram praticando, como a fé inabalável na democracia, na igualdade  entre as raças, a crença na soberania popular por meio do voto, sob o crivo da nossa Justiça Eleitoral, na cidadania, na dignidade da pessoa humana, nos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e no pluralismo político.
Entre montanhas e flores, por essas razões que um grupo de amigos Calçadenses, que estiveram juntos no início dos anos 80 na luta contra a ditadura militar, resolveram expressar seus votos em Lula – 13, no dia 02 de outubro de 2022.

Luis Carlos de Souza Vieira ( Calinha)
Marco Antônio Junger de Souza Vieira ( Baco)
Mauro Ferreira de Rezende( Maurinho)
Alan Ferreira de Rezende 
José Antônio Lahud Neto ( Toinha)
Adézio de Almeida Lima 
Almir de Almeida Lima (Nel)
Oscar Luiz Teixeira de Rezende 
Carlota Rezende
Ronaldo Carvalho Castro
Renato Carvalho Castro
Ademir Junger Figueiredo
Sônia Bonzi
Fábio Tavares de Rezende (Fabinho)
Antônio João de Rezende( Pinguim)
Alcélio Monteiro
Joel Guilheme Raggi Gomes
Danilo Xavier Moreira
Jane Pimentel
José Carlos Barreto Junior (Juninho Barreto)
Lêda Maria Bolelli Tatagiba
Orlando Ramos Moreira
Maria Luiza Moreira Arantes
Aristides Teixeira de Almeida
Marcelo Ourique da Silva
Pedro José Mello da Silva
Angela Teresinha Sá Vianna Glória da Silva
Maristela de Sá Vianna Glória
Andréia Barreto
Tônia de Souza
Pedro de Souza Laino
Arlinda Eugênia Ferreira de Almeida

8 de janeiro de 2022

Lágrimas de felicidade, alegria e nostalgia

 Lágrimas de felicidade, alegria e nostalgia

Fui caminhar e no meio do caminho veio uma chuva. Apenas deixei a água tomar meu corpo. Logo a memória voltou à minha infância em minha querida São José do Calçado-ES, a cidade onde nasci. Das peladas no gramado encharcado do estádio do glorioso Americano Atlético Clube, ao lado do Botafogo e do meu vô Djalma, as maiores paixões da criança feliz que fui.
A água escorre... Os amigos de infância começam a reviver em mim. Saem do meu coração e fazem uma alegre algazarra em meu cérebro. Lágrimas de felicidade, alegria e nostalgia escorrem de meus olhos e misturam-se à água da chuva que limpa meu espírito.
Certa vez vi uma entrevista do grande Chico Anísio em que ele afirmou que deveríamos nascer velhos e morrermos crianças. Concordo com o Chico. Que despedida da vida "melhor" eu poderia ter do que morrer jogando uma gostosa pelada no campo do Americano. Partir para a eternidade do infinito nada logo após fazer um gol, me sentir o próprio Mané Garrincha, meu grande ídolo quando criança, e morrer comemorando nos braços de amigos tão queridos. Ah, vida...
Zatonio Lahud

Saudade de São José do calçado


24 de novembro de 2021

Amo gentes, não chãos (II)

 eu, de há muito, sou um pária

não tenho mãe, pai ou pátria
todos morreram
a última de desamor
minha pátria é o mundo
que carrego
em minha sacola de vagabundo
amo gentes
não chãos
amo os errantes
que me dizem o rumo certo
amo os poetas
que cantam minhas cores e dores
amo a solidão
onde guardo meus desamores
amo as mulheres
que são sensíveis e belas
não tenha pátria amada
para matar em seu nome vão
amo gentes
não chãos...
Zatonio Lahud


21 de agosto de 2021

O um minuto de silêncio que durou meia-hora

 O minuto de silêncio que durou meia-hora

Seu Cruz era presidente da Câmara de Vereadores de minha querida São José do Calçado (ES) quando do suicídio de Getúlio Vargas, em 1954. Na primeira reunião da Câmara após o passamento do líder, seu Cruz pediu um minuto de silêncio de meia-hora em homenagem ao falecido presidente. Questionado por um dos vereadores sobre a extensão do um minuto pedido, respondeu do alto de sua autoridade: - Ora, nobre colega, se para qualquer 'imundiça' que morre nós damos um minuto de silêncio de um minuto, pro "dotô" Getúlio o um minuto tem de ter no mínimo meia-hora, não acha?!
E todos, compungidos, foram fazer o um minuto de silêncio mais longo de todos os tempos.
E não é verdade que alguém tossiu quando já se haviam passado 26 minutos do um minuto e seu Cruz mandou repetir tudo desde o início. Foi intriga da oposição!
😅😅😅😁😁😁😀😀😀😂😂😂😃😃😃😹😹😹

17 de outubro de 2014

A hilária fundação do PT em São José do Calçado

Logo após o PT ser fundado em SP, eu com um grupo de amigos, todos universitários à época, resolvemos fundar o partido na cidade onde nascemos, São José do Calçado, localizada no sul do Espírito Santo. Não conhecem ? Pois deviam, é terra de Geir Campos, grande poeta; e Darlene Glória, glória do cinema nacional nos anos 60 e 70 do século passado. Nossa, já vivi em dois séculos...
Mas vamos aos fatos: éramos uns 10, 12 jovens e resolvemos fundar o PT. Foi um tumulto na cidade, extremamente conservadora- para terem ideia só tinha lá a ARENA, partido de apoio à ditadura. Eleições para prefeito era ARENA 1 x ARENA 2. Com um agravante, dois governadores do Estado durante o período da ditadura eram de Calçado: Cristiano Dias Lopes e Eurico Rezende, que era mineiro, mas iniciou sua vida política lá em Calçado. Além de governador, foi senador e presidente nacional da finada- e espero que bem enterrada- ARENA. E mais José Carlos da Fonseca,deputado federal e vice-governador.
Durante reunião na sede provisória do partido, o Bar do Faísca, resolvemos requisitar a Câmara de Vereadores para fazer a primeira reunião oficial do partido. Primeira confusão: Saragaia, um dos signatários da ata de fundação, protestou: tenho de tirar meu nome, papai é o prefeito, se vê meu nome nessa ata corta minha mesada, me tira da faculdade e me deserda! Percalços da revolução. Após muita discussão, regada a doses generosas de Fazenda Velha, cachaça produzida pelo prefeito( a direita já estava infiltrada entre nós ), decidiu-se excluir o nome do Saragaia e incluí-lo posteriormente. Usamos o jeitinho em prol da revolução, além de preservamos o fluxo de cachaça, devidamente surrupiadas pelo Saragaia do alambique do pai e prefeito. Expropriação revolucionária...
Depois de tudo resolvido, ou quase( aprendi ali que em reunião de esquerda nunca está tudo resolvido), Maurinho Pirracento(volto a ele numa próxima crônica ), já bêbado, falando alto e cuspindo ao mesmo tempo- sacrifícios revolucionários- questiona: "Aqui só tem estudante, o nome do partido é Partido dos Trabalhadores, precisamos arrumar ao menos um trabalhador para constar na ata de fundação".
Já viram, começou tudo de novo- até que , por sorte, adentra o recinto Zé Paraná, figura folclórica da cidade, grande contador de causos e mentiroso afamado na região- jurava de pé junto ter passado na ponte Rio-Niterói tocando gado, quando ela era de madeira- além de ter sido, em priscas eras, trabalhador rural.
Zé, já meio alto, se aproxima de nós e diz:" Ah, cêis tão aí metido com esse negócio de PT né, tá um fuzuê danado na cidade. Mas quer saber: tá certo, vi o Barbudo falando outro dia e ele falou um monte de verdade. Eu apoio ocêis!"
Levantamos Zé Paraná em júbilo, servimos uma farta dose de cana e o nomeamos, em decisão unâmime, representante dos trabalhadores rurais. E pedimos que discursasse para nós. Deu-se, então,  a tragédia: lembram dos três políticos conservadores que citei lá em cima? Todos eram advogados e Zé Paraná, após falar durante um bom tempo, encerra assim sua peroração:"...pois é, o partido tem tudo para crescer, mas é melhor convidarmos o Dr. Eurico, o Dr. Cristiano e o Dr Zé Carlos para entrar pro partido, porque partido sem doutor num vinga não, gente!"
Silêncio sepulcral, quando Jilozinho sugere : "Pessoal, depois acabamos com isso, já são quase meia-noite, tem baile na zona lá em Bom Jesus, vamos logo pra lá! ".
Fomos... Fazer o quê, né?!

( Crônica publicada em 05/09/2011 )

                                                                                      

5 de julho de 2013

Carlos Zéfiro: O Rei dos Punheteiros de várias gerações

Não foi uma mulher a grande incentivadora dos devotos de Onã ( quem quiser saber que vá no Google, saco! ) de minha geração na juventude. Foi Carlos Zéfiro, que com suas revistinhas de quadrinhos eróticos botava a molecada para se masturbar ( masturbar é tocar punheta, mas já disse que não uso termos chulos aqui...porra! ) freneticamente. Lá em São José do Calçado ( ES ), onde nasci, as revistinhas de sacanagem,  como eram chamadas, eram disputadas quase que a tapa, pois se tratavam de raridades. Pulávamos o muro do grupo escolar, à noite, e a molecada fazia fila para ver as revistinhas, era uma festa!
Quem quiser conhecer a obra do Zéfiro é só digitar o nome no genérico de Deus, o Google, e vai encontrar vários sites dedicados ao gênio das histórias eróticas em quadrinhos. Vale a pena conhecer.

                                                                      

                                             

30 de junho de 2013

Não há mais domingos em São José do Calçado

São José do Calçado( ES )
Saudade de sair de manhãzinha para pegar coleiro com o Rogério e o Cachola.
Dos banhos de rio no Poço do Chicão.
Do frango assado com macarrão feitos por minha mãe com carinho e devoção.
Dos jogos de fim de tarde no campo do Americano, frustração e vibração.
Dos causos do Lineu. Se ele não pagar nem eu. Ô Lineu!
Do rádio ligado "vendo" Nilton Santos, Didi, Quarentinha, Garrincha e aprendendo a amar o  Botafogo, gloriosa e sofrida paixão.
Eu era a própria liberdade correndo alegre e livre pela imensa praça de Calçado.
Fui feliz, imensamente feliz! E esta felicidade dos domingos de minha infância compensa até hoje todas as frustrações que a vida porventura tenha me causado.
Não há mais domingos em minha querida São José do Calçado.
Só os que guardei [ saudade! ] na memória do coração.

24 de março de 2013

Minha praça de infinita saudade

Minha praça de infinita saudade- Interrogações
São José do Calçado- " A minha praça"
Estou com saudade de minha praça querida,onde brinquei, fui livre com um pássaro e fiz pirraça..
Ah, como é linda a minha praça amada!
Fecho os olhos e vejo o Juquita, o Rogério, eu e o Cachola, todos livres, correndo atrás da bola.
Um dia vim-me embora e nunca mais fui livre.
Me engaiolaram feito o pássaro,que voava infinito em minha amada praça.
Mas ela continua lá, sem o Juquita, eu, o Rogério e o Cachola.
O pássaro preso na gaiola- minha tristeza de vir embora.
Eu quereria, se puder, correr, uma última vez, livre como o vento, na vastidão de minha praça amada.
Depois, deitar-me em um banco e deixar a morte me levar. Livre...
Como só o fui em minha praça de infinita saudade. 

19 de novembro de 2011

Falso médico cria a Superbunda

O americano Oneal Morris, de 30 anos, foi preso na Flórida, Estados Unidos, acusado de injetar uma mistura de super cola, cimento, óleo e selante de pneus no bumbum de uma mulher. Ele cobrou cerca de R$ 1.200 para aplicar a substância.
Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/bizarro/americano-preso-por-injetar-mistura-de-cola-cimento-selante-de-pneu-em-bumbum-de-mulher-3276758.html#ixzz1e7cwQhoS

Depois vocês dizem que sou debochativo, mas nada se compara à burrice humana, nem mesmo os asininos( não, asisino não é passarinho! ) propriamente ditos, como dizíamos lá em São José do Calçado: vai ser burra assim lá no caixa prego!
Vejam abaixo o resultado da obra do genérico do Pitanguy, um estupor!






                                                                         

Sandy: é possível ter prazer com sexo anal!


Jilozinho me ligou lá de São José do Calçado pois diz ter um recado para a cantora Sandy. Vejam:

- Jarrão...só agora soube que a Sandy quer saber se é possível ter prazer fazendo sexo anal, responde pra ela por mim naquela porqueira de seu blog: eu tenho prazer toda vez que faço! Nunca falhou!


- Que isso, Jilozinho! Virou o fio depois de velho?! Tô te estranhando mano véio?!


- Deixa de bobice, Jarrão, eu sou espada e vou morrer espada!


- Então como diz um troço desses?

- Ué...no dos outros eu sempre tenho prazer! No dos outros! Diz pra ela...vou dar uma beiçada...Fui...


Bom, o recado está dado.

30 de outubro de 2011

Farrista você já era...

Pedro Teixeira, grande jornalista calçadense e responsável maior pela preservação da memória do Vale do Itabapoana, além boêmio afamado na região, havia se mudado para o Rio, como faziam os jovens de sua época para estudar e trabalhar, tempos depois volta a Calçado e encontra Jovelino Tatagiba, que pelo avançado de sua idade se encontrava quase que totalmente surdo, deu-se, então, o seguinte diálogo:
- Oi meu filho, há quanto tempo, o que você faz lá no Rio?!- pergunta Jovelino.
- Eu sou jornalista!- responde Pedro, orgulhoso.
- Não meu filho, farrista você já era quando saiu daqui, eu quero saber qual é seu trabalho?
Pano rápido...

As máximas do Crissaf


Crissaf foi uma grande figura de São José do Calçado, onde nasci; filho de italianos; bonachão; fã de Carlos Lacerda- ao ponto de batizar um de seus filhos com o nome do político, meu querido amigo Caçapa-; esporrento, xingava pelos cotovelos; flamenguista exacerbado; coração generoso; alma de criança e dono do botequim em que passei boa parte de minha juventude, eis algumas de sua tiradas que guardei na memória:
- O Ruzinho é muito mais que bacharel em direito, é acadêmico de direito!- em uma discussão com  Ronaldo, elogiando meu tio, a quem adorava.
- Ruzinho, eu detesto esse pessoal do Botafogo, vivem metidos com militares, agora saíram de General Severiano e foram para Marechal Hermes, gente nojenta!- conversando com meu tio sobre a mudança do Botafogo em meados da década de setenta do século passado. Ele odiava os militares, não por ideologia, mas por terem cassado seu ídolo, Carlos Lacerda.
- Esse Castelo Branco é um canalha! Rasgou a Constituição e pisou na Carta Magna!- referindo-se ao General Castelo Branco, líder do golpe de 1964 e primeiro dos generais-ditadores.
- Ô Tide, entra lá e seja o que Deus quiser!- instrução dada quando era técnico do Americano em um jogo contra o Progresso de Bom Jesus. Tide era o melhor do Americano à época e estava no banco por estar contundido, o Americano perdia de 2 x 0, e Crissaf resolve colocar o Tide em campo.
Obrigado Crissaf! Passei momentos inesquecíveis com você e no seu bar.

24 de outubro de 2011

ONGGG, Defunto Saudável, vai ensinar mortos a praticarem esportes


A Organização Não Governamental com Grana do Governo ( ONGGG ), Defunto Saudável, vai iniciar um trabalho destinado a desenvolver  atividade física entre os mortos, que ficam lá no cemitério deitadões sem  praticar esporte algum. São tão preguiçosos, nossos defuntos, que nem se dão ao trabalho de respirar. Para acabar com isto a ONGGG de Jilozinho e Totó fez um convênio com o Ministério dos Esportes que vai liberar R$ 5 milhões para que o trabalho se desenvolva. O dinheiro será depositado em uma conta fantasma de um dos falecidos, que será responsável pelo treinamento esportivo da turma dos pés-juntos. Jilozinho tem uma procuração dele, registrada em cartório, com firma reconhecida e autenticada por São Tomé, aquele do ver para crer.
Totó me afirmou que breve vão promover a Primeira Maratona Internacional de Desencarnados lá em São José do Calçado. Só mortos e baianos poderão participar do evento.
Não, eu não sei o motivo da inclusão dos baianos no evento, é exigência do rigoroso contrato de prestação de serviço imposto pelo Ministério dos Esportes.

21 de outubro de 2011

ONGGG vai promover corrida de lesmas com patrocínio do Ministério dos Esportes

Jilozinho e Totó fundaram uma ONGGG( Organização Não Governamental com Grana do Governo ) e vão desenvolver um novo esporte em São José do Calçado: a corrida de lesmas, para tanto estão fazendo um acordo com o Ministério dos Esportes, que liberará R$ 10 milhões para a construção do primeiro lesmódromo do mundo na progressista cidade do sul capixaba.
Segundo Jilozinho a criação de lesmas puro-sangue para corridas vai alavancar a economia do município que entrará de vez para o circuito turístico internacional.
Algumas corridas já foram realizadas de forma improvisada com grande sucesso e a vencedora das cinco provas já disputadas foi a lesma do Totó batizada de Corrupção, a lesma das lesmas é a Justiça, de propriedade de Jilozinho, que chegou em último em todas os páreos. Segundo Jilozinho Justiça é uma verdadeira lesma paraguaia e breve vai virar isca em suas pescarias de traíra.

19 de outubro de 2011

Jilozinho revoltado: foi expulso de casa quase na hora do jogo do Botafogo


Acabo de receber um telefonema de Jilozinho lá de São José do Calçado, está revoltadíssimo com Ritinha Boca de Seda, sua ficante, que acaba de expulsá-lo de casa, segundo ele sem motivo algum:
- Jarrão, desta vez eu mato a Ritinha!
- Calma, Jilozinho, o que foi desta vez?- pergunto.
- Aquela disgramenta disse que não estou cumprindo o  trato que fizemos quando veio morar comigo e agora quer me expulsar da minha própria casa, logo hoje!, preparei 6 litros de batida de limão e um monte de tira-gosto, o pessoal vinha ver o jogo do Fogão com o Santos aqui. A safada disse que tratei com ela de fazer sexo, no mínimo, três vezes por semana e está dizendo que não estou cumprindo o combinado, mentira dela Jarrão! Tô cumprindo direitinho, semana passada mesmo transei cinco vezes!
- Ué, Jilozinho, tem algo errado nesta confusão, você transou cinco vezes com ela na mesma semana e ela tá reclamando?!
- Com ela não, Jarrão, com ela foi só uma vez, o resto foi na rua, mas eu não disse a ela que seria tudo com ela, não sou doido! Bão...ao menos os litros de batidas peguei, os tira-gosto a atrevida jogou pela janela e a cachorrada comeu tudo. Vou ver o jogo no boteco do Posto do Fabinho. Amanhã resolvo com ela. Fui...
Pois é, e me liga a cobrar. Saco!

6 de outubro de 2011

Corno espiritual eu não conhecia. Só em Calçado!

Totó acaba de me ligar lá de São José do Calçado, anda revoltado,  meu amigo:
- Toinha! Eu vou ficar doido de vez!
- O que foi, Aristides?- ouso perguntar.
- Cala a boca, safado!, eu liguei, eu falo, e não reclama de ser a cobrar, o telefone é meu e ligo do jeito que quiser, estou com problemas aqui: a  Maria Gargarejo resolveu virar loira, pintou aquele cabelo sarará dela e já está atacada, deu de gastar dinheiro sem parar e, para piorar, se converteu, virou crente e não sai mais da casa do pastor,o Niltinho Ida e Volta, lembra dele?, o apelido é por causa dos cheques sem-fundos que vivia passando pra todo mundo. Abriu uma igreja aqui, uma tal de Leasing do Senhor, disse que quem pagar todo mês quando morrer já está com sua vaga reservada no céu, em um bairro nobre de lá, perto da santaiada toda. A mulherada adora o  safado, é bonitão e bom de saliva, agora inventou que a Maria tem de fazer um tratamento espiritual individual para limpar seu espírito do tempo em que era puta na Guacha lá em Bom Jesus. Três vezes por semana, das 10 das noite até não sei que horas, eu acho que ele além de tá limpando o  espírito e a carteira dela, tá enchendo o meu de chifres, se descobrir que virei corno espiritual eu mato aquele safado.
E a culpa é sua, seu safado!
-Minha?!
-É, sua! E cala a boca! Foi você que inventou esse negócio de politicamente correto, de igualdade e outras bobices, eu achei bonito e tai o resultado: corno espiritual!
Se o Jilozinho sabe disso minha vida vai virar um inferno! Tenho de ir, a Maria acabou de preparar uns salgadinhos para levar pro pastor, hoje é dia de desencapetamento e eu  vou levar ela lá na casa dele pra vigiar. Fui...

5 de outubro de 2011

Jilozinho faz balanço de sua vida e diz que viveu em função da letra B

Jilozinho me ligou de Calçado, está com problemas existenciais:
- Jarrão, andei parando pra pensar e descobri que com um alfabeto tão grande, minha vida se resumiu à letra B.
-Como assim, Jilozinho?
- Tudo que amei ou amo começa com  B, Jarrão, veja só: Brasil, Botafogo, Bebida, Bundas e Baginas- não gosto daquele outro nome, acho feio para coisa tão gostosa!
- Porra, Jilozinho, você me liga a cobrar para dizer isso?
- Ué, Jarrão, amigo é pra consolar o outro, aproveitei pouco minha vida, tantas letras no alfabeto e eu passei minha vivência agarrada em uma só. Estou triste, quer saber, vou dar uma beiçada que isso passa. Fui...

1 de outubro de 2011

A praça da minha liberdade























Olho a foto
e só vejo saudade.
Da bola que atrás corria.
Da pipa que feliz voava.
Da baleba que com Cachola,
Homerinho e o Rogério jogava.
Eu acordava, abria a janela
e via minha praça.
Eu dormia, fechava a janela
e lá estava minha praça.
Um dia, aos doze anos,
me arrancaram de minha praça.
Vos confesso, fiz muita pirraça.
Saudade de minha liberdade,
que ficou perdida sob algum banco
da praça, minha.
Eu volto para buscá-la, um dia,
é lá que ela está, triste, como eu,
a me esperar.

29 de setembro de 2011

Só em Calçado: o Niquito pagou, o Zeca comeu

Niquito era barbeiro em São José do Calçado, baixinho, magrinho e casado com Maria, uma matrona italiana, perto dela ele sumia, inclusive moralmente, chegado que era à uma esbórnia e ao desfrute de camas mal-afamadas na cidade.
Zeca Lizador, uma grande figura, boêmio de boa cepa, com seus sapatos e ternos brancos, cabelos e bigodes pretos e metido a cantor, depois que bebia umas Nélson Gonçalves se incorporava nele e nossos ouvidos sofriam, mas à noite todos os gatos são pardos e surdos.
Zeca estava mais duro que pênis de adolescente e doido para cair nos braços de Anita, prostituta mais afamada da cidade, mas leso como estava só lhe restava tentar alguma maneira de arrumar algum  para satisfazer seu desejo. Mas como?
Acabrunhado e sem perspectiva, tomava uma no bar do Tião Cabrito, quando adentra o Niquito, pede uma purinha e diz ao Zeca:
- Eu vou lá na Anita, a Maria tá na missa, se ela sair da igreja e se encaminhar lá pelas bandas da casa da Anita você corre e me avisa, Zeca, ele anda desconfiada e disse que se souber que ando prevaricando vai me quebrar ao meio.
-Vai tranquilo! - diz  Zeca.
Passados uns vinte minutos, Niquito refestelando-se nas carnes voluptuosas e quentes da Anita, quando Zeca bate na janela do quarto e diz:
- Niquito, se manda rápido, pelos fundos que a Maria tá vindo ai e com um porrete na mão!
Niquito, apavorado, sai de cueca, o resto das roupas nas mãos e some lá pelos lados do Jaspe.
Zeca chama Anita e diz:
- Já que o Niquito teve de ir eu vou entrar em seu lugar.
- Tá bem , Zeca, pode vir.
E lá se foi o Zeca, perder-se de desejo no lugar do amigo.
Após tudo terminado, e muito bem terminado, Anita vai se lavar, quando volta Zeca prontamente mete a mão no bolso do paletó e paga à Maria os bons serviços fretados.
Ela o leva até à porta, despede-se e volta ao quarto. Logo ouvem-se os berros de Anita da janela escancarada:
- Zeca seu safado! Você roubou o dinheiro do Niquito que botei debaixo do travesseiro e me pagou com ele...canalha!!!
Zeca, rindo, volta-se para ela e diz:
- Ora, Anita, você não é funcionária pública,quer ganhar sem trabalhar!?

Obs: O caso é verdadeiro e me foi contado por ambos, que eram amigos de meu pai, da última vez que bebi  junto com eles. Todos já faleceram. Vida que passa. Saudade que fica.

27 de setembro de 2011

O pé de manga do Lineu está dando jabuticaba e romã

Recebi um telefonema de Jilozinho, lá de São José do Calçado, para me informar da última novidade, segundo ele o Lineu, um velho amigo nosso que já atravessou a ponte Rio-Niterói quando ela ainda era de madeira e tocando gado, anda muito preocupado pois, segundo ele, o  pé de manga espada de sua casa, que é muito idoso- velho é preconceito-, está com Alzheimer e anda dando jabuticaba e romã no lugar das saborosas mangas que produziu durante anos.
Eu acredito piamente...o Lineu nunca mentiu!